JOSÉ ANTONINO DE LIMA 
Dicionário Etimológico Termos Médicos
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Dicionário Etimológico

Origem das Palavras
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Abdome – origem incerta, talvez do latim Abdere, esconder.

Acetábulo – origem incerta. Talvez do latim Acetum, vinagre; e Abulum, pequena vasilha, gamela; Acceptabulum, pequeno recipiente. Na Roma antiga, a palavra era empregada para qualquer pequeno recipiente de boca larga que ia à mesa, como os de vinho ou vinagre. Também era uma medida de capacidade líquida, equivalente a uma xícara (moderna) de chá. Em Anatomia, designa o encaixe para a cabeça do fêmur. O termo já se encontra nas descrições de Plínio e Celso. Rufo de Éfeso afirma: “o que os gregos chamam “kotíle”, os romanos chamam “acetabulum”.

Acidofilia – do latim Acidum, ácido, e do grego Philein, amar.

Ácino – do latim Acinus, cacho.

Acne – talvez do grego Akme, auge ou ponto culminante, ou talvez de Achne, restolho. Acrômio – do grego Akromion, extremidade do ombro, Akrós, extremo, Omos, ombro. O termo acromial parece ter sido introduzido por François Chaussier (1800).

Adenite – do grego Aden, glândula, e Ite, inflamação.

Adeno – prefixo que entra em numerosas palavras médicas e que vem do grego Aden, glândula.

Adenocarcinoma – carcinoma de estrutura glandular. Do grego Aden, glândula, Karkinus, caranguejo, e Oma, tumor.

Adeno-hipófise – do grego Aden, glândula, Hypo, abaixo e Physis, sulco de crescimento.

Adenóide – do grego, Aden, glândula e Oidos, semelhante, forma de. O termo entra na designação de estruturas glandulares, ou linfóides. Era também o nome antigo da próstata (glândula adenoidea).

Adenoma – do grego Aden, glândula e Oma tumor.

Aderência – do latim Adherentia, adesão. Ad, perto de, e Hoerere, grudar.

Adesão – do latim Ad, para, e Herere, agarrar, grudar.

Adiposo – do latim Adiposus. Esta palavra foi inventada por tradutores das obras de Avicena, na idade média.

Adiposidade – do latim Adiposus, de Adeps, gordura.

Ádito – do latim Aditus, acesso, entrada, Adire, ir para ou Ad, perto e Itus, marcha, ida. Na antiga casa romana, o Aditus era o local adjacente ao pórtico, antes do Lavabum e do Vestibulum. Em termos militares, significava uma saída emergencial, uma retirada estratégica.

Admirável – do latim Ad, perto e Mirabilis, maravilhoso. A rede admirável é o nome dado a um vaso sanguíneo que se ramifica para formar um plexo e deste o sangue é retirado através de um único vaso eferente. Já conhecida na Antiga Grécia, a idéia de rede foi usada pro Herófilo e Galeno. No Corpo humano o único tipo de rede admirável é o glomérulo renal, onde entra uma arteríola aferente e sai uma arteríola eferente.

Adrenal – do latim Ad, perto e Ren, rim. Termo usado por Aristóteles para as glândulas situadas junto ao rim de ovelhas (na realidade, linfonodos aórticos-renais). No homem, estas glândulas foram aparentemente descritas por Bartolommeo Eustáchio, em 1563.

Adrenalina – do latim Ad, perto; Ren, rim, e a terminação Ina para indicar princípio ativo, substância ativa, da glândula adrenal ou suprarrenal.

Adventícia – do latim Ad, perto, Venire, vir. Originalmente este termo designava os cidadãos não romanos, estrangeiros ou bárbaros. Mais tarde, a palavra foi usada em anatomia, para designar envoltórios externos que pareciam “vir” de tecidos vizinhos, como nas artérias.

Aferente – do latim Afferre, trazer para, Ad, perto e Ferre, trazer. Quer dizer o que leva para dentro, ou junto de. Em anatomia e fisiologia refere-se ao movimento em direção a um centro de referência.

Afta – do grego Aphta, ulceração.

Alba – do latim Alba, que é feminino de Albus, branco, claro. Entre os romanos a cor branca era tida como símbolo de pureza, bondade e justiça.

Albicans – do latim Albus, branco, Albicare, ser branco.

Albuginea – do latim, Albugo, brancura. O termo significa semelhante à cor da casca do ovo cozido. Esta palavra não existia no latim antigo e foi concebida por Averres e Avicena, para nomear o humor vítreo do olho. Kaspar Bartholin, no século XVII, introduziu a palavra para nomear os envoltórios das gônadas, em especial do testículo.

Albumina – do latim Albumen, clara de ovo.

Alergia – do grego Allos, outro e, Ergon, trabalho. Esta palavra foi criada em 1906 por Pirquet.

Allantóide – do grego Allas, salsicha.

Álveo – do latim, Alveus, pequena cavidade.

Alvéolo – do latim Alveolus, diminutivo de Alveus, pequena cavidade ou órgão oco. Designava qualquer objeto pequeno com forma arredondada ou escavada. Foi utilizada pela primeira vez em anatomia por Vesálio, para denominar as cavidades do dentes. Somente em 1846 Rossignol usou-a para designar vesículas pulmonares.

Amigdala – do grego, Amygdalè, amêndoa. O termo apareceu com os tradutores de Avicena, para designar estruturas semelhantes a amêndoas.

Amorfo – do grego A, sem, e Morphe, forma.

Ampola – Origem incerta. Provavelmente do latim Ampulla, vaso, frasco. Também existem as possíveis derivações do grego Ambullo, eu despejo, ou latim Ambo, os dois lados, ou do latim Olla, frasco arredondado, ou ainda segundo Joseph Hyrtl do latim Ampla, grande e Bulla, bolha, pequeno saco inflável. Alguns autores alegam que Ampulla é a forma corrupta e adaptada do grego Amphoreis, ânfora, jarro globoso com duas alças. Esta palavra pode ter sido composta do grego Amphi, ambos os lados e Pherein, levar, carregar, em referência às duas alças do vaso. Em anatomia, o termo é usado para designar dilatações terminais de ductos (deferente, lactífero, pancreático, tuba uterina) ou expansões globosas do reto.

Anafilaxia – do grego Ana, para trás e Phylaxis, proteção.

Anal – do latim Annalis, relativo a ânus.

Anastomose – do grego Ana, através de, e Stoma, boca, entrada. Ligação por meio de uma boca. A primeira menção das junções tubulares boca a boca foi utilizada por Erasístrato, que utilizou o termo sinanastomosis para se referir as pretensas junções artério-venosas.

Anatomia – do grego Ana, através de, e Tome, cortar. As primeiras dissecções anatômicas para fins científicos parecem ter sido realizadas pelos gregos. Hipócrates, Erasístrato e Herófilo tornaram a anatomia um dos campos de estudo da medicina.

Androgênio – do grego Aner, homem e Gennao, eu produzo. De Aner vem Andro como forma para combinação vocabular.

Anemia – do grego A, privativo; Haima, sangue, e Ia, estado. O vacábulo é impróprio, como se vê, pois significa “ausência de sangue” e é empregado com a significação de “falta parcial de sangue”.

Anencefalia – do grego An, sem, Enkephalos, encéfalo.

Aneurisma – do grego Aneurysma, alargamento, deriva de Ana, através e Eurys, grande.

Anexos – do latim Ad, para, e Nectare, ligar. Anexos do útero são os órgãos “ligados” ao útero.

Anel – do latim Annulus, anel. Do adereço derivou o nome do próprio dedo que o levava (o 4º dedo direito). Digitus annularis (dedo anular). O costume de levar-se o anel neste dedo, já aparecia entre os gregos, devido à crença errônea de que havia um vaso (Vena moris) que, partindo dele, ia direto ao coração.

Angiogenese – do grego Aggèion, vaso, e Gênesis, produção.

Angiologia – do grego Aggèion, vaso, recipiente e Logos, palavra, coleção. A palavra usada por Galeno referia-se inicialmente a um procedimento cirúrgico (exposição, sangria e ligadura) na artéria temporal superficial para curar a cefaléia e enxaqueca. Lorenz Heister (1720) nomeou assim a parte da anatomia que estuda os sistemas sanguíneo e linfático.

Antebraço – do latim Ante, diante de, antes, e Brachium, braço.

Anticoagulante – do grego Anti, contra e, do latim Coagulans, coagulante.

Anticorpo – do grego Anti, contra e, do latim Corpora. Um corpo que age contra.

Antígeno – do grego Anti, contra e Gennao, eu produzo. Etimologicamente deveria significar “contra a concepcção” mas o radical Anti é ai uma forma abreviada de Anticorpos e, assim, Antígeno é um “gerador de anticorpos”.

Antro – do grego Antron e do latim Antrum, cavidade, espaço oco, caverna. Não confundir com Atrium ou Aditus que eram compartimentos da casa romana. A palavra em português tem sentido de covil, refugio de ladrões, salteadores, porque em Roma antiga os malfeitores abrigavam-se em cavernas, que eram sempre mal afamadas.

Ânus – do latim Anus, anel.

Aorta – do grego aeirein, levantar ou ser levantado. A origem deste termo ainda é incerta, pois pode ter sido derivado do grego Aortemai, suspenso, Era, ar, Tereo, eu tenho ou ainda Aortés, faca de cabo curto e curvo usado pelos povos macedônios. No sentido anatômico este termo foi usado inicialmente por Aristóteles.

Aparelho – do latim Apparatus, preparação, apetrecho, máquina. Utilizado inicialmente para designar apenas um conjunto ou uma coleção de instrumentos para determinado fim, passou depois a nomear estruturas ou órgãos com a mesma finalidade. Tem como sinônimo o termo grego Systema.

Apêndice – do latim Appendix, o que pende, Appendere, suspender.

Ápice – do latim Apex, ponta.

Aponeurose – do grego, Apó , sobre, de e Neuron, cordão, fibra. O termo Neuron antigamente designava qualquer estrutura cilíndrica fibrosa, lisa e deslizante. Arbósio foi o primeiro a definir aponeurosis como uma lâmina fibrosa e fina.

Apoptose – o termo apoptose tem sua origem no grego arcaico e significa "o ato de cair", assim como as pétalas das flores e as folhas das árvores no outono.

Aqueduto – do latim Aqua, água, Ductus, condução, Ducere, conduzir, guiar. Em anatomia o termo é utilizado para uma passagem através de certa estrutura para conduzir liquido claro.

Aquoso – do latim Aquosus, aquoso, úmido.

Aracnóide – do grego Arachnè, aranha, ou sua teia, e Eidos, semelhante. O termo foi aplicado á meninge entre a dura-máter e a pia-máter em 1664, por Fredeick Ruysch, anatomista holandês.

Arciforme – do latim Arcus, arco e Formis, em forma de.

Aréola – do latim Área, espaço, como o sufixo diminutivo Ola. Aplica-se este termo em medicina especialmente ao espaço ao redor dos bicos dos seios.

Artéria – do grego Era, ar e Terein, conservar, guardar. Os gregos antigos acreditavam que as artérias conduziam o ar. Hipócrates chamava “artéria” à traquéia e árvore bronquial e “flebos” aos vasos, mas os anatomistas gregos antigos acreditavam que as artérias continham ar e as veias, sangue, pelo fato de que às dissecações, aqueles vasos mostravam vazios. Somente no século XVII, os trabalhos de Miguel Servetto, Realdo Colombo, Fabrizzio D`Àcquapendente e William Harvey demonstraram claramente a circulação sanguínea nas artérias.

Arteríola – do latim Arteriola, diminutivo de Artéria.

Arteriosclerose – do grego Era, ar; Terein, conservar; Skleros, duro, e Ose, estado. Endurecimento dos tubos que conduzem ar ou “artérias”.

Articulação – do latim Articulatio, nó, junção e Arctus, ajustado, apertado.

Átrio – do latim Atrium, Sala íntima. Grande aposento central da casa romana, com lareira num dos cantos.

Artrite – do grego Arthron, articulação e Ite, inflamação.

Ascendente – do latim Ascendere, subir elevar.

Asma – do grego Asthma, palpitação.

Ateroma – do grego Athere, sopa. As lesões do ateroma dão de fato a impressão de uma matéria pastosa, de uma sopa espessa.

Atrofia – do grego A, privativo e Trophe, nutrição. Desnutrição.

Audição – do latim Audiere, ouvir.

Aurícula – do latim Auricula, diminutivo de Auris, orelha externa. Significava o lóbulo do pavilhão da orelha externa. As aurículas dos átrios do coração foram assim denominadas pro Erasístrato, pela semelhança com as orelhas de um cão.

Autônomo – do grego Autos, próprio, mesmo e Nómos, regra, lei. Galeno foi o primeiro a sugerir este termo aplicando-o ao sistema nervoso.

Autopsia – do grego Autos, própria, e Opsis, olhar. O primeiro termo a ser utilizado foi necropsia, onde os cirurgiões barbeiros realizavam a dissecação do corpo humano, e o médico apontava a estrutura. Com a realização das necropsias pelos próprios médicos passou-se a designar autópsia.

Ázigos – do grego A, sem, e Zygos, par. Aplica-se a todo órgão ímpar.

Baço – do latim Opacius ou Opacus, opaco, escuro, sem brilho. Em latim, a palavra para este órgão era Lien, no Grego Splien, baço, mas a língua portuguesa não a adotou. A designação do órgão abdominal provavelmente originou-se da sua coloração.

Bainha – do latim Vagina, qualquer bainha ou estojo, como da espada.

Barba – do latim Barba, barba. Na antiga Roma, o barbeiro era chamado de barbatensius. Na idade média, os barbatensius, não tinham formação acadêmica, eram treinados para executar atos considerados abomináveis para o médico formado (sangrias, drenagem de abscessos) e barbear os frades e monges, proibidos de deixar crescer a barba por um decreto papal de 1092. Na Inglaterra, somente e, 1745, os barbeiros foram separados dos cirurgiões, que passaram a ter formação acadêmica.

Base – do grego Básis, apoio, fundação.

Basilar – do grego Básilon, apoiado, sustentado. Termo sugerido por Barclay, designando “em direção à base do crânio”. A idéia do crânio, com “base e paredes” foi introduzida por Avicena.

Basófilo – do grego Basis, base, e Philein, amar. Que recebe bem os corantes básicos.

Bexiga – do latim Vesica, bexiga ou vesícula.

Bíceps – do latim Bis, dois, duplo e Caput, cabeça. Denominação de músculos que têm origem em dois ventres separados. Em especial, os músculos bíceps do braço e bíceps da coxa.

Bicondilar – do latim Bis, duplo, dois e do grego Kòndylos, junção, nó.

Bifurcação – do latim Bis, dois, duplo e Furca, fôrca, forcado de dois dentes. A forca romana, originalmente, era dupla, em forma de T, isto é, tinha dois braços.

Bigorna – do latim Incus, bigorna e Incudere, golpear, malhar, forjar. André Vesálio foi o primeiro que notou a semelhança de forma dos ossículos da audição com os instrumentos do ferreiro e assim os denominou.

Bílis – palavra latina, Bílis, fel ou bílis.

Bilífero – do latim, Bílis, bile e Ferus, que transporta. A palavra bílis pode derivar de Bis, dois, duplo e Lis, contenção, significando “dupla causa de raiva”, porque os antigos acreditavam que a retenção da bile provocava ânimo raivoso, daí o adjetivo colérico. Em latim, o termo Fel era mais usado para a bile armazenada na vesícula biliar, enquanto Bílis era usado para a secreção. Até o século XVII, o termo bílis era frequentemente substituído pelo equivalente grego Chole. Glisson, chamou a atenção para o fígado como órgão produtor da bile e foi o primeiro a sugerir que esta secreção atuava na digestão das gorduras, fato descrito mais tarde por Haller.

Bio – prefixo usado em muitos termos médicos e que deriva do grego Bios, vida.

Biópsia – do grego Bios, vida e Opsis, visão. Exame de tecido vivo.

Boca – do latim Bucca, bochechas, a cavidade da boca. O termo foi provavelmente assimilado do hebreu Bukkah, que tinha o sentido de vazio, oco. Em latim, o contorno da abertura da boca (rima dos lábios) era denominado “Os

Bolsa – do grego Bursa, couro, pele e Bous, boi. Esta palavra apareceu somente no século XVII, designando o saco membranoso sinovial que foi chamado de “mucuous bursa” por Albinus. Winslow e Monro descreveram as bolsas sinoviais intertendineas e entre ossos, mas as bolsas sinoviais cutâneas somente foram descritas por Beclard.

Botulismo – do latim Botulus, salsicha. O germe causador do botulismo, o “Clostridium botulinum”, recebeu essa denominação por ter sido encontrado na salsicha.

Braço – do grego Brachion, braço. Esta palavra deriva do grego Brachis, curto, breve, porque o membro superior é mais curto que o inferior. A palavra inglesa é Arm (braço) sendo que a palavra armadura deriva dela, porque a primeira peça idealizada como proteção foi uma ombreira de metal ou couro rígido que protegia a articulação do ombro, onde um golpe podia seccionar o tendão do músculo supra-espinhal, dificultando ou impedindo o manejo da espada.

Branca – do latim Alba, feminino de Albus, branco, claro.

Braquial – do latim Brachialis, relativo ao braço.

Bregma – do grego Brechein, amolecer, umedecer. O termo foi introduzido por Aristóteles, referia-se à parte “mais mole” do crânio do recém-nascido e a última a se ossificar. A palavra (ou um similar arcaico, Bregmos) também foi empregada por Galeno para designar o “ápice do crânio”. Foi reintroduzida no vocabulário anatômico por Colombo, no século XVI, com o sentido atual de “fontículo anterior”. O ponto craniométrico homônimo (ponto de união das suturas coronal e sagital) foi descrito por Broca.

Brônquio – do grego Bronchos, mole, úmido. Acreditava Platão que os líquidos deglutidos alcançavam o estômago pela traquéia e os alimentos sólidos, pelo esôfago. Daí a justificativa da umidade (muco) daquela. Inicialmente, Rufo de Éfeso usou o termo para designar os anéis da traquéia mas o sentido foi depois extrapolado para sua divisão e gradualmente acabou denominando apenas os ramos. Popularmente, designava tanto a garganta como a própria traquéia.

Bronquíolo – do grego Bronchos, mole, úmido e Olus, sufixo diminutivo.

Bronquite – do grego Bronchos, mole, úmido e Ite, inflamação.

Bucinador – do latim Buccinare, soar corneta, e Actor, agente. No exército e nas cerimônias imperiais, o Buccinatorius era o arauto, aquele que tocava a trombeta (“buccina”) para chamar à atenção os participantes. Em português deu “Buzina”.

Bula – do latim Bulla, bolha, cápsula. A palavra designava, em latim, qualquer objeto esferóide, principalmente os ornamentos usados pendurados ao pescoço. Em anatomia, nomeia a saliência arredondada do osso etmóide, no hiato semilunar.

Bulbo – do grego Bolbos, bulbo, especialmente da cebola.

Bruxismo – do grego Brychein, ranger os dentes.

Cabeça – do latim Caput, cabeça e do grego Kara ou Kephalos, da cabeça. Vesálio dava este nome a extremidade arredondada de um osso e Galeno, a qualquer estrutura esferóide sobre m estreitamento (colo ou pescoço). A palavra Kephalos foi traduzida, para o latim, de várias formas: caput, nodum, articulum.

Cabelo – do latim Capillus, cabelo, Pilus, pelo.

Caixa – do latim Compages, qualquer construção articulada, gaiola, prisão. A caixa torácica, por ser feita de arcos unidos entre si, lembra a estrutura das jaulas ou gaiolas romanas (com varas longitudinais), muito semelhantes àquelas usadas atualmente em circos para prender as feras.

Calcâneo – do latim Calx, calcanhar.

Calcanhar – do latim Calx, calcanhar o mesmo que calcâneo.

Cálcio – neologismo criado em 1800, do latim Calx, cal, que por sua vez deriva do árabe Kali, cinza de soda.

Cálice – do grego Kalyx, taça. Refere-se a toda estrutura em forma de taça, como os cálices renais. Em botânica, a palavra cálice (da flor) parece ter origem do grego Kalypto, esconder, cobrir, significando o local recôndito para os órgãos reprodutores do vegetal, mas é interessante notar que o cálice da flor, invertido, assemelha-se a uma taça na mesma posição.

Caloso – do latim Callosus, caloso duro, Callum, pele dura, crosta. A palavra em latim provavelmente derivou do grego Kalon, madeira. O Corpus callosum pode ser assim denominado por Galeno tanto por ser mais rígido que o restante do tecido cerebral quanto por ser mais rígido que o restante do tecido cerebral quanto por constituir um largo feixe de fibras nervosas comissurais, lembrando a estrutura de uma tora ou lenho. O termo foi reintroduzido por Sylvio em Anatomia e apareceu impresso pela primeira vez nas obras de Vesálio. Daí o nome “calo” para o endurecimento da pele, ou após fratura óssea.

Calvária – do latim Calvaria, abobada do crânio, Calvus, escalpo, calvície. O termo inicialmente referia-se à porção do crânio coberta por cabelos, mas Celso usava-o para designar apenas a parte mais alta (abobadada) da cabeça. Era, originalmente, o nome da colina sem vegetação, perto das muralhas de Jerusalém que os romanos usavam como local de crucificação, onde Jesus, o Cristo, foi supliciado.

Canal – do latim Canalis, canal, sulco profundo.

Canalículo – do latim Canaliculus, diminutivo de Canalis, canal, sulco profundo.

Câncer – do latim Câncer, caranguejo.

Canino – do latim Caninus, canino e Canis, Cão. O nome deste dente é muito antigo, tendo sido chamado Canides ou Canidon por Aristóteles e Galeno, provavelmente devido à proeminência destes na espécie Canis.

Capilar – do latim Capillaris, relativo ao cabelo, Capillus. Fino como um fio de cabelo. Embora Leonardo da Vinci e Cesalpino tenham intuído a existência dos vasos capilares e feito algumas observações sobre o fenômeno da circulação, foi Marcello Malpighi, em 1661, quem os descreveu pela primeira vez ao microscópio de luz. Anton van Leeuwenhök, em 1688, confirmou sua descoberta.

Capitato – do latim Capitatum provido de cabeça, cabeçudo.

Capítulo – do latim, Capitulum ,diminutivo de Caput, cabeça.

Cápsula – do latim Capsulla, diminutivo de Capsa, caixa, mala e Capere, guardar, conter.

Carbohidrato – do latim Carbo, carvão e do grego Hydros, água. Carbohidrato é um composto de carbono e os dois elementos da água: oxigênio e hidrogênio. Quando queimado origina carvão e água.

Carcinoma – do grego Karkinos, carangueijo, e Omã, tumor.

Cárdia – do grego kardia, coração. Tem esse nome por ser a porção do estômago que se acha mais próxima do coração.

Cardíaco – do latim Cardicus, relativo ao coração. Forma diferencial para Cardicus.

Cárdico – do latim Cardicus, relativo ao cárdia, forma diferenciada para Cardiacus.

Carina – do latim Carina, casca de noz, quilha de barco. Provavelmente a palavra derivou da semelhança com a forma da quilha de um barco.

Cariorrexe – do grego Karyon, semente ou núcleo, e Rhexis, quebra.

Caroteno – do latim Carota, cenoura.

Carótida – do grego Karoun, fazer dormir. Na Grécia antiga os caçadores imobilizavam certos animais apertando-lhes estas artérias. Aristóteles acreditava que a compressão da artéria carótida resultava em desmaio o sono profundo e afonia. A crença permaneceu até a idade média, esmo depois que foi demonstrado em animais vivos que a ligadura das artérias carótidas não produzia estupor.

Carpo – origem incerta, talvez do grego Karpós, pulso ou Karpologeo, colher frutos e daí do latim Carpere, colher, arrancar.

Cartilagem – do latim Cartilago, cartilagem. A palavra grega equivalente é Chondros. Galeno já reconhecia tipos diferentes de cartilagem.

Catabolismo – do grego Katabole, construir para baixo, de kata, baixo e Ballein, construir.

Catarata – do grego Katarakte, coisa que cai. Pensavam os antigos que na catarata havia queda de um humor do organismo para os olhos.

Cauda – do latim Cauda, rabo, cauda e Coda, fim, extremidade ou Cadere, cair, pender.

Cava – do latim Cavus, oco, vazio.

Cavernoso – do latim Cavernousus, relativo à caverna, porão. Em anatomia designa uma estrutura formada por múltiplas cavidades (cavernas) ou compartimentos, como os corpos cavernosos do pênis e os seios cavernosos da dura-máter.

Cavidade – do latim Cavitas, cavidade, escavação.

Cavo – do latim Cavum, buraco.

Ceco – do latim Coecus, cego ou obscurecido. Vesálio nomeava Coecus ao apêndice vermiforme, porque este realmente terminava em fundo cego.

Cefálico – do grego Kephale, cabeça.

Cego – do latim Coecus, cego.

Celíaco – do grego Koilia, abdome.

Célula – diminutivo do latim Cella, pequeno aposento. O termo célula é impróprio para caracterizá-la. Isso porque esse termo foi usado pela primeira vez por Robert Hooke, em 1665; quando observava em um microscópio rudimentar um fragmento de cortiça (tecido vegetal da casca de caules velhos). Neste fragmento, viu uma grande quantidade de pequeninos espaços vazios, que assim resolveu chamar de células. Hooke mostrou também que a estrutura celular não era restrita à cortiça, pois a encontrou em muitos outros vegetais. Só muito tempo depois, que outros cientistas conseguiram, com equipamentos mais avançados, ver a célula viva e descobrir que ela não era um espaço vazio, mas um corpo cheio de conteúdo e com funções muito importantes. Mas mesmo assim, o nome CÉLULA nunca foi mudado.

Celulite – do latim Cellula, pequena câmara e do grego Ite, inflamação.

Cemento – do latim Coementum, pedra britada. Em Roma o coementum parece ter designado não somente a pedra britada mas também a argamassa formada pela sua mistura com a cal, essencial das construções.

Central – do latim Centralis, central, do centro.

Cerebelo – diminutivo latino de Cerebrum. Embora a palavra Cerebellum seja diminutivo de Cerebrum, era usada no latim cotidiano apenas para designar este órgão em animais, quase que exclusivamente em termos culinários (como miolos, em português). Am anatomia, Erasístrato dividiu o encéfalo em Cerebrum e Cerebellum, termos adotados por Galeno.

Cérebro – do latim Cerebrum. Apesar de que em forma leiga, a palavra Cerebrum pudesse designar todo o encéfalo, Erasistrato dava este nome apenas à grande massa de dois hemisférios que ocupava a maior parte do crânio. È provável que a palavra tenha derivado do grego Kara, cabeça, porque sua forma latina mais arcaica era Carabrum.

Cerúmen – palavra latina, que significa cera.

Cervical – do latim Cervicalis, nucal, do pescoço, Cervis, nuca pescoço. O termo Cervix (plural, Cervicis) passou a designar em anatomia qualquer estrutura estreitada sob uma forma arredondada, como o pescoço (ou colo). Assim, temos colo ósseo, colo uterino etc.

Cérvice – palavra latina: colo ou pescoço.

Cervicite – do latim Cervix, colo ou pescoço e do grego Ite, inflamação.

Choque – do francês Choc, surpresa, coisa brusca e inesperada.

Ciático – do latim Sciaticus, forma corrompida de Schiadicus, isquiático.

Cicatriz – do latim Cicatrix, corte.

Cílio – do latim Cilium, pestana, cílio, Cillere, mover.

Cinéreo – do latim Cinnoereus, cinzento e Cinis, cinza, resíduo de queima.

Cíngulo – do latim Cingula, cilha, cintura e Cingere, prender pela cintura ou Cingulus, faixa de terra. Em anatomia, designa qualquer estrutura que abraça ou rodeia outra.

Circulação – do latim Circulare, descrever um círculo.

Circuncisão – do latim Circum, em redor, e Caedere, cortar. Cortar ao redor.

Cirrose – do grego Kirros, amarelo-castanho. A principio a palavra Cirrose só designava o fígado

amarelo e gorduroso; depois a acepção ampliou-se para fibrose.

Cirurgião – do grego Cheirourgos, que deriva de Cheir, mão e Ergon, trabalho. A cirurgia nasceu como terapia pela qual o praticante “exercia, a cura, com as mãos, em oposição “a medicina, que operava através de fórmulas magistrais e/ou filosóficas. Na idade média e inicio da moderna os médicos eram os únicos que estudavam em Universidades enquanto os cirurgiões (chamados de Barbeiros) acumulavam conhecimentos de forma empírica.

Cisterna – do latim Cisterna, cisterna, reservatório. Na Roma antiga a cisterna era um buraco em fundo cego cavado no solo e semi-coberto por uma taboa, que recolhia água da chuva do telhado das casas. Em anatomia o termo foi inicialmente aplicado por Arancio apenas ao quarto ventrículo.

Cístico – do grego Kystikós, relativo à vesícula, à ampola.

Cito – prefixo grego que entra em muitos termos médicos e que significa “célula”. Do grego Kytos.

Citologia – do grego Kytos, vaso ou célula e Logos, estudo.

Citoplasma – do grego Kytos, vaso ou célula e Plassos, molde.

Clavícula – do latim Clavicula, diminutivo de Clavis, chave, tranca. O osso lembra uma chave.

Clínico – do latim Clinicus, ao leito, relativo à cama e do grego Kliné, leito, cama. Os médicos antigos (gregos e romanos) geralmente atendiam seus doentes em templos ou em praças públicas. Somente aos nobres e patrícios era dado o privilégio do atendimento a domicílio, junto ao leito. Os médicos que assim procediam eram chamados de clínicos.

Clitóris – origem incerta, provavelmente do grego Kleitorís, fechado. Por causa da sua posição, fechado entre os lábios da vulva.

Coanas – do grego Choané, funil, Cheo, coar, escorrer. Designa a passagem estreita (afunilada) da cavidade do nariz para a parte nasal da faringe.

Cóccix – do grego Kókkyx, cuco. Herófilo e posteriormente Vesálio chamou assim os últimos ossos da coluna vertebral por sua semelhança, em conjunto, com a forma do bico deste pássaro.

Cóclea – do latim Cóclea, concha ou caracol, do grego Kochlias, concha em espiral. O primeiro anatomista a dar este nome foi Empédocles, acreditando que os sons eram ali recebidos.

Colágeno – do grego Kolla, cola e Gennao, eu produzo.

Colateral – do Latim Com, junto e Lateralis, para o lado.

Colédoco – do grego Chole, bile, e Dechomai, receber. Dá o nome ao canal que recebe a bile à vesícula biliar e leva-a ao duodeno. Outra possibilidade para este nome seria a união de Chole, bile e do latim Duco, eu conduzo, significando eu “levo a bile”. A formação de palavras unindo radicais gregos e latinos foi comum na antiguidade e na idade média.

Colesterol – do grego Chole, bílis; Sterol de Stereo, sólido, e do latim Oleum, óleo.

Cólico – do grego Kolykòs, relativo aos colos, dor intestinal. Os médicos gregos e romanos dividiam a dor intestinal em duas categorias: ileal (IEilèos) e Cólica (Kolikòs), isto é, dores continuas e intermitentes.

Colículo – do latim Colliculus, diminutivo de Collis, colina. Em conjunto, os colículos superiores e inferiores do teto do mesencéfalo eram denominados de corpos quadrigêmeos.

Colo – do latim Coellum ou Collum, pescoço, gargalo.

Colo (n) – do grego Kolon, lingüiça feita de intestino grosso.

Colostro – do latim Colostrum, a primeira secreção da glândula mamária após o parto.

Coluna – do latim Columna, coluna, apoio, sustentáculo.

Comissura – do latim Commissura, união, e Committere, unir

Comunicante – do latim Communicans, que associa.

Concha – do latim Concha, concha de animal, do grego Kónche, concha em espiral. Os gregos usavam o nome para designar qualquer osso ou cavidade neste formato. A concha da orelha externa foi nomeada por Rufo de Éfeso e as conchas nasais médias e inferiores por Cassério Placentino. Giovanni Santorini e Exupère Bertin descreveram respectivamente a concha nasal superior e concha nasal suprema.

Côndilo – do grego Kóndylos, junção, nó. Na grécia antiga, toda saliência arredondada o meio e uma estrutura era assim chamada, ex. nós dos dedos, nós da madeira, nós de bambu.

Condral – do grego Chondros, cartilagem.

Conjugado – do latim Conjugatus, unido, jungido e Con, junto e Jugum, jugo, canga de arado.

Conjuntiva – do latim Conjunctivus, unido, ligado e Con, junto e Jungere, ligar, atar. A palavra conjunctiva é a forma feminina do adjetivo Conjunctivus e foi introduzida por Berengario da Capri, originalmente na expressão membrana conjunctiva para designar a membrana contínua entre a pálpebra e o bulbo do olho. No século XVIII perdeu o substantivo e passou a chamar-se somente conjuntiva.

Conjuntivo – do latim Con, junto e Jungere, ligar, juntar. Esta palavra parece ter sido empregada pela primeira vez por Johannes Mülleer, para designar um dos tecidos fundamentais descritos por François Xavier Bichat.

Constritor – do latim Constringere, reprimir, estreitar e Actor, agente.

Contorcido – do latim Contortus, contorcido, virado e Contorquere, virar, girar.

Contração – do latim Con, e Trahere, trazer.

Coração – do latim Cor, coração.

Coracóide – do grego Korax, corvo e Óides, em forma de. Pode ser que a forma do processo coracóide lembrasse, aos gregos antigos, a silhueta de um corvo empoleirado sobre um galho ou ainda as curvas da cabeça e corpo de um corvo. Como a palavra em grego designava também qualquer objeto curvo, para alguns o termo teria se originado da forma de uma antiga maçaneta grega encurvada chamada Kórone.

Corda – do grego Chordé, tripa, corda.

Cório – do latim Corium, pele, membrana, couro. Antigamente designava toda a camada da pele (tegumento comum), inclusive a epiderme e a tela subcutâneas.

Coriza – do grego Koryza, corrimento nasal.

Córnea – do latim Corneus, de consistência de corno ou chifre. A córnea ocular recebeu essa denominação por ser a primeira camada ou a mais espessa das membranas oculares.

Coroa – do latim Corona, coroa, roda.

Coróide – do latim Corona, roda, coroa e do grego Oidés, forma de.

Coronal – do latim Coronalis, relativo à coroa. Hipócrates não nomeava esta sutura embora Rufo de Éfeso alegasse que seu nome havia sido dado pelos egípcios. Uma possibilidade para este nome vem da tiara ou meia coroa usada pela rainha (que era proibida de usar a coroa completa), usada quase exatamente sobre esta sutura, para segurar as madeixas que estas nobres costumavam usar.

Corpo – do latim Corpus, corpo, substância, matéria. O termo denomina várias estruturas e tinha, na antiguidade, o significado geral de “acúmulo” de substâncias. Daí os nomes de corpo lúteo, corpo caloso, corpo estriado etc. O organismo morto é usualmente denominado de cadáver, que parece derivar do latim Cadere, cair, ou da união de Cadere e Vero, verdadeiro, significando definitivamente caído o poderia ser uma palavra composta, formada pelas primeiras sílabas das palavras da expressão CAro DAta VERmis (carne dada aos vermes). É muito conhecida a expressão “Orandum est ut sit” mens sana in corpore sano. Verso de Juvenal (Sátira, X), sendo conhecido somente as últimas palavras, significando (devemos rezar para ter) um espírito são num corpo são.

Corrugador – do latim Con, junto, e Rugare, preguear e Actor, agente. Este músculo enruga a pele e as estrutras adjacentes. Foi descrito por Volcher Coiter, anatomista holandês do século XVI.

Corte – do latim Sectio, corte, divisão resultante de corte.

Córtex – do latim Córtex, casca de árvore, pele de fruta, invólucro. A palavra cortiça deriva diretamente de córtex, nome dado à casca de árvores lenhosas como o sobreiro e de onde ela é extraída. A grafia correta em português deveria ser córtice mas este termo não é usado. Em anatomia, córtex significa o revestimento externo de um órgão, em oposição ao seu interior (medula).

Costal – do latim Costalis, relativo às costelas e Costa, costela. Daí provavelmente derivou o termo popular “costas” significando a região onde estes ossos se encontram. Deve se lembrado que foi acrescentada a letra s. Em latim o plural de Costa e Costae. Em anatomia o termo já era utilizado por Galeno e confirmado por Vesálio.

Cotovelo – do latim Cubitus, forma corrupta de Cubitellum, diminutivo de Cubitum, coto, cotovelo. Cubitus era o nome antigo do osso Ulna que também designava todo o antebraço. A palavra deve ter-se derivado do latim Cubare, reclinar, deitar. Porque era comum em Roma antiga os indivíduos se reclinarem para fazer as refeições, apoiando-se nos cotovelos, isto é, reclinado. Designava também o leito próprio para a ceia e uma medida de comprimento (em português, côvado), que podia variar de 45 a 56 cm, dependendo da região.

Coxa – do latim Coxa, quadril.

Crânio – do grego Kranion, crânio e Karaníon, relativo à cabeça.

Cremaster – do grego Kremastér, suspensor e Kremastein, erguer, suspender. Nome dado por Galeno e adotado por Celso, aos músculos que suspendem os testículos.

Cribiforme – do latim Cribrum, crivo, peneira e Formis, em forma de.

Cricóideo – do grego Krykos, círculo e Òides, forma de. O termo Krykos é obviamente uma variante de Kyrkos, circulo e deu nome à cartilagem laríngea pela sua forma em anel de sinete. Este tipo de anel era mtyuito freqüente bas classes nobres da antiguidade e da Idade Média.

Cripta – do latim Crypta, gruta, galeria subterrânea e do grego Kriptós, escondido, enterrado. A palavra foi introduzida pelo anatomista Frances Charles Estiennen para nomear as pequenas depressões onde as gçlândulas mucosas e sebáceas se abriam.

Crural – do latim Cruris, da perna, da porção abaixo do joelho. O termo Crus, perna, pilastra, segundo Vesalio foi introduzido por Celso e dava nome ao osso saliente da perna, a tíbia, em português popular, canela. Depois passou a designar toda a região entre o joelho e o tornozelo.

Cruz – do latim Crux, cruz. Origem provável na grafia da letra grega X, porque tem duas hastes cruzadas.

Cúbito – do latim Cubitalis, relativo ao coto ou ao cotovelo.

Cubóide – do grego Kúbos, cubo e Òides, forma de.

Cúlmen – do latim Culmen, cume, cimo.

Cuneiforme – do latim Cunoeus, cunha e Formis, em forma de

Cúneo – do latim Cunoeus, cunha.

Cúpula – do latim Cupulla, diminutivo de Cuppa, vasilha larga, cuba.

Curso – do latim Cursus, marcha, duração.

Cúspide – do latim Cuspis ou Cuspidis, ponta de lança ou de dente de javali. Designa estruturas pontudas como as válvulas das valvas atrioventriculares e as elevações na face oclusal dos dentes. John Hunter deu o nome de cúspide ao dente canino e bicúspide aos pré-molares, em consideração ao número de pontas que eles apresentam.

Cutâneo – do latim Cutanoeus, pertencente à pele.

Cútis – do latim Cutis, invólucro, pele e do grego Kuto, jarro coberto com membrana ou couro, saco. Designa a pele humana em geral, especialmente a da face. O diminutivo de Cutis é Cuticula.A palavra grega equivalente à pele é Derma.

Dartos – do grego Dartós, esfolado, sem pele, Deìrein, esfolar. A palavra deriva do sânscrito Dartis, que significa couro e parece ter sido inicialmente usada para nomear preparações anatômicas sem a pele. Este termo foi utilizado pela primeira vez por Rufo de Éfeso para designar o revestimento externo dos testículos, por causa de sua aparência. A palavra Dàrton, em grego, designava uma espécie de túnica rústica, mas é pouco provável que o músculo tenha recebido daí seu nome.

Decíduo – do latim Deciduus, caído, que cai, Decidere, cair. Termo que designa estruturas que se destacam naturalmente de seus suportes. Em anatomia nomeia os dentes da primeira dentição (dentes de “leite”) e, na forma feminina (Decídua), a parte do endométrio onde o ovo se implanta.

Decussação – do latim Decussatio, cruzado, Decussare, cruzar. Nome popular de antiga moeda romana que trazia seu valor cunhado. O algarismo X.

Dedo – do latim Digitus, dedo da mão ou do pé. Na Roma antiga, Digitus era também o nome de uma medida de comprimento, equivalente a 1/16 avos do pé.

Deferente – do latim Deferre, depositar, trazer para baixo. O ducto deferente recebeu este nome

de Berengário da Carpi (1500), renomado anatomista da escola pré-vesaliana,. No sentido

de trazer para baixo, o nome estaria mal colocado, pois o ducto, inicialmente, conduz os espermatozóides para cima.

Delgado – do latim Tenue, fino, delgado, delicado. Dá nome à porção do tubo alimentar que se situa entre o estômago e o intestino grosso. O termo grego equivalente é Dolychos (longo), que tem sentido mais preciso.

Deltóide – do grego Delta, letra D, Òides, forma de. A letra delta, maiúscula escreve-se (em forma de triângulo isósceles). Inicialmente o termo era usado apenas em sentido geográfico, significando a foz do rio Nilo, em forma triangular. Foi Jean Riolan quem deu este nome ao músculo do cíngulo peitoral.

Dente – do latim Dente, dente. A palavra parece ser uma forma abreviada de Edens, comestível, associada à Edare, comer. O plural de Dens é Dentes. A palavra grega para dente é Odous que, em português deu “Odonto” e é usada como afixo. Em anatomia também qualquer projeção ou saliência semelhante a um dentel (processo odontóide).

Dentina – do latim Dentina, substância dentária. Termo introduzido por Owen, composto de Dens e o sufixo Ina, substância.

Depressor – do latim Deprimere, abaixar, descer e Actor, agente.

Derme – do grego Derma, couro, pele. A palavra em português é masculina, portanto, o correto é o derma ou o derme.

Descendente – Do latim Descenden, que desce e Descendere, descer.

Detrusor – do latim Detrudere, repelir, expulsar, e Actor, agente.

Diáfise – do grego Dia, entre, através, e Physis, sulco, crescimento. Em anatomia, a palavra foi inicialmente usada poro Platão para nomear ligamentos articulares e só passou a designar a parte média do osso longo – situada entre as extremidades “que crescem” – após os termos Epiphysis e Apophysis terem sido aplicados ao osso. Atualmente permanece apenas com esse significado. È interessante saber que este termo, na linguagem grega coloquial, também tinha outros sentidos como o “desabrochar de uma flor ou de um adolescente”, o “intervalo entre dois dentes” e “mancha na casa de um fruto”.

Diafragma – do grego Dia, entre, através, e Phagma, parede, cerca. No início, usado para ualquer parede divisória ou septo (como o palato), o termo foi depois especificamente empregado por Galeno para desognar apenas o músuclo que separa as cavidades toráxica e abdominopélvica, Celso chamava-o Seputm transversus.

Diencéfalo – do grego Dia, entre, através e Enkephalous, cérebro. Aqui a palavra significa “o que esta entre o cérebro”, isto, é entre os dois hemisférios cerebrais.

Digástrico – do grego Di, dois, duplo e Gastrikos, relativo a ventre.

Digestório – do latim Digestorium, local de distribuição digestão.

Digitada – do latim Digitada, feminino de Digitatus, com dedos.

Digital – do latim Digitalis, relativo a ou em forma de dedo, Digitus, dedo.

Dilatador – do latim Dilatare, alargar, ampliar e Actor, agente.

Díploe – do grego Diploè, cobertura, Diplòos, duplo. Hipócrates usava o termo para as camadas faciais que cobriam os ossos do crânio, mas Ruffo utilizava-o para o tecido entre as lâminas compactas dos ossos da abóbada craniana. Após os trabalhos de Breschet, em 1830, este sentido prevaleceu. Nos primórdios da cirurgia, a palavra foi utilizada para designar uma dobra de tecido com compressa ou gaze no seu interior.

Diplóide – do grego Diplòos, duplo.

Direito – do Latim Dexter, direito, que está à direita. Os termos direito e esquerdo estão associados a antigos rituais de adoração ao Deus-Sol. Os heliólatras, que voltavam à face para o sol nascente (leste), apontavam o sul com a mão direita, dita que consideravam a “mão quente” enquanto a mão esquerda, dita “mão fria”, apontava o norte (onde o clima era mais frio). Daí, a destreza ou habilidade estarem associados à mão direita enquanto os atos advindos da mão esquerda serem considerados desarmoniosos ou mal-afortunados.

Disco – do latim Discus e do grego Diskos, disco.

Distal – do latim Distalis, que está longínquo, distante.

Divertículo – do latim Diverticulum, afastado, alijado, Divertere, afastar. Em Roma, os Divertícula eram caminhos secundários como afluentes menores de um rio ou estradas vicinais. Neste sentido, o termo anatômico é impróprio porque estes caminhos não terminavam em fundo cego, como as estruturas assim denominadas. O termo apareceu no século XVIII e permaneceu desde então, possivelmente por má interpretação de quem o utilizou.

Divisão – do latim Divisio, separação, repartição.

Dorsal – do latim Dorsalis, dorsal, das costas.

Ducto – do latim, Ductus, condução, traçado. Este termo, significando tubo, é um exemplo da falta de habilidade da tradução latina do texto grego, pois a palavra Ductus não tinha nos clássicos, o sentido de sulco pra condução de líquidos.

Dúctulo – do latim Ductulus, diminutivo de Ductus.

Duodeno – do latim Duodeni, a dúzia, doze. Herófilo descreveu o duodeno como tendo um comprimento equivalente à largura de doze dedos colocados juntos, mas esta descrição equivale a órgãos de animais. A palavra usada originalmente foi Dodekadactilon, doze dedos.

Dura-máter – do latim Dura, dura, forte, severa e Mater, mãe protetora.

Duro – do latim Durus, duro, forte, severo.

Eferente – do latim Eferre, levar para fora, tirar. O que leva para fora (ou que tira). Refere-se especificamente a axônios com impulso nervoso ou a movimento de fluídos de um centro de referência em direção à periferia.

Eixo – do latim Axis, eixo.

Ejaculatório – do Latim Ejaculare, jorrar e Ex, para e Jactare, lançar.

Elástico – do grego Elàstykos, flexível, esticável, distensível.

Elipsóide – do grego Elleipsis, elipse, e Oidés, forma de.

Elíptico – do grego Elleiptykós, relativo à elipse.

Emboliforme – do grego Embolos, cunha, do latim Formis, em forma de.

Eminência – do latim Eminentia, elevação, acrécimo, Ex, para fora, Minere, projetar.

Emissária – do latim Enissarium, escoadouro. Ex, para fora e Mittere, levar. Na Roma antiga, utilizavam-se Emmissaria, canais de drenagem de lagos e charcos, com a finalidade de seca-los e arar a terra. A palavra foi empregada para qualquer tipo de dreno e, em Anatomia, foi usada pela primeira vez por Giovanni Santorini (1720) para designar as veias que ligam os seios venosos da dura-máter às veias externas do crânio (diplóicas).

Encéfalo – do grego Enkephalos, cérebro, En, Dentro e Kephalos, cabeça.

Endocárdio – do grego Endon, dentro e Kardia, coração.

Endócrina – do grego Endon, dentro e Krinéin, segregar, separar.

Endolinfa – do grego Endon, dentro e Lympha, água. Este humor, descoberto por Domenico Cotugno, foi detalhadamente descrito por Antonio Scarpa.

Endométrio – do grego Endon, dentro e Metra, útero.

Endomísio – do grego Endon, dentro e Mys, músculo.

Endoneuro – do grego Endon, dentro e Neuron, fibra, cordão.

Endósteo – do grego Endon, dentro e Osteon, osso.

Entérico – do grego Enterykos, intestinal, Enteron, intestinos. A palavra enteron, significando intestinos, pode ter derivado do grego Entós, que esta dentro, por causa de sua posição no abdome.

Epêndima – do grego Epi, sobre, em cima, e Endyma, vestimenta.

Epicárdio – do grego Epi, sobre, em cima, Kardia, coração.

Epicôndilo – do grego Epi, sobre, em cima e Kondylòs, junção, nó.

Epiderme – do grego Epi, sobre, em cima de, Derma, couro, pele.

Epidídimo – do grego Epi, sobre, em cima e Didymos, duplo, em dobro. O termo Didymos era usado para as gônadas de ambos os sexos e originalmente significava duplo, ou gêmeos. Epididymos teria o sentido de “o que esta sobre os gêmeos”, mas os médicos gregos sempre utilizaram a palavra para designar os testículos, desde os primórdios da anatomia. O primeiro a usar a palavra Epididymos para designar a estrutura que conhecemos hoje foi Herófilo, mas Riolan, em 1649, reintroduziu o termo em anatomia descrevendo o órgão em detalhes.

Epidural – do grego Epi, sobre, em cima, Duralis, endurecido.

Epífise – do grego Epi, sobre, em cima e Physis, sulco, crescimento.

Epiglote – do grego Epi, sobre, em cima, e Glottis, laringe

Epimísio – do grego Epi, sobre, em cima e Mys, músculo.

Epineuro – do grego Epi, sobre, em cima e Neuron, fibra, cordão.

Epiplóico – do grego Epiplóikos, relativo a Epíploon. Hipócrates chamava o omento maior de Epiploon, que flutua sobre, do grego Epi, sobre, em cima e Pléein, flutuar, pairar. Galeno e Oribásio adotaram o termo com o mesmo sentido, isto é, uma membrana que está solta sobre os intestinos, como um avental.

Episcleral – do grego Epi, sobre, em cima e Skeros, duro, rígido.

Epitálamo – do grego Epi, sobre, em cima e Thalamos, quarto de dormir.

Epitélio – do grego Epi, sobre, em cima e Thelé, papila, mamilo. Assim foi denominada a pele dos lábios por Ruysch, em 1700. Posteriormente, graças aos trabalhos de Henle (1870), passou a significar a camada superficial da pele em qualquer local do corpo e, por extensão, o revestimento de superfícies internas, como o intestino, a árvore bronquial etc.

Eponíquio – do grego Epi, sobre, em cima, Onyx, unha.

Epoóforo – do grego Epi, sobre, em cima, Oon, ovo e Phoro, eu levo.

Equador – do latim, Aequator, igualador, Aequare, igualar e Actor. Agente.

Equina – do latim Equinus, de cavalo, Equus, cavalo ou Equa, égua.

Eretor – do latim Erigere, levantar, elevar e Actor, agente.

Escafa – do latim Scapha, canoa, e do grego Scaphe, canoa.

Escafóie – do grego Scaphe, canoa, e Oidés, forma de. O termo nomeava, indistintamente

qualquer osso ovóide escavado, em forma de canoa, em cuja concavidade encaixava-se outro

osso.

Escaleno – do grego Skalenos, desigual, irregular.

Escama – do latim Squama, escama de peixe.

Escápula – do latim Scapulae, espáduas, ombros. Aristóteles e Galeno chamavam-no de Omoplata, do grego Omos, ombro e Platus, chato. Riolan (1640) parece ter sido o primeiro anatomista a usar o termo escápula, mas derivado do grego Skaptein, escavar, por causa da semelhança da forma do osso com uma pá.

Esclera – do grego Skleros, duro, rígido.

Escroto – do latim Scrotum, pele, couro. Aparentemente uma variação de Scrotum, pele, couro, nome dado, na antiga Roma, a qualquer objeto feito de couro, especialmente ás bolsas penduradas no cinto. Daí a bolsa que contém os testículos receber este nome.

Esfenóide – do grego Sphen, cunha, arado, e Oidés, forma de. É provável que Galeno tenha sido o primeiro a descrever este osso que parece estar encravado, como cunha, entre o crânio e a maxila. Outra etimologia, mais constestada, da a origem como sendo do grego Sphein, mariposa, vespa, por sua forma geral ter certa semelhança com um inseto alado (daí o nome deste osso em alemão ser Wespenbein.

Esfíncter – do grego Sphinktèr, ligadura, atadura, de Sphingein, amarrar.

Esmalte – do latim Enamyl, derretido, depois Smattare, derreter. Em sentido estrito, esmalte é um composto mineral (apatita) vítreo submetido a altas temperaturas, derretido e fundido à superfície de objetos, com intuito decorativo. A palavra Smattare, esmaltar foi introduzida apenas na idade média.

Esôfago – do grego Oiso, eu levo e Phagos, comida.

Espermático – do grego Sperma, semente.

Espinal – do latim Spinalis, pontudo.

Espinha – do latim, Spina, espinho, ponta aguda. O termo deriva do circo de bigas romano. A pista de corrida era dividida ao meio, por mais de ¾ do seu comprimento por um muro de seis metros de largura e dois de altura. Este muro era adornado com estátuas de deuses e recebia o nome de Spina. O termo foi depois empregado para a coluna vertebral porque ela parece separar, não totalmente, a musculatura do dorso do corpo, à semelhança da Spina do circo romano.

Espinhal – do latim Spinalis, espinhoso, pontudo. O termo espinhal é relativo à espinha projeção óssea e não deve ser confundido com espinal, variante relativa à medula espinal, órgão nervoso.

Esplâncnico – do grego Splanknikos, relativo ás vísceras, visceral.

Esplênico – do grego Splenikos, lienal e Splen, baço. O baço em latim chama-se Lien, que aprece ter derivado da palavra grega. O primeiro anatomista a descrever o baço em detalhes foi Marcello Malpighi, em 1659.

Esponjoso – do grego Spongos, esponja oriundo de animal marinho. Hipócrates usava este termo para designar qualquer estrutura de aparência porosa. Aristóteles descreveu vários tipos de esponjas, que tinham inúmeros usos entre os gregos, principalmente como material de preenchimento.

Espúria – do latim Spurius, falso, ilegítimo.

Esqueleto – do grego Skeletos, secura, aridez.

Esquerdo – do latim Sinister, esquerdo, funesto. Na idade média, a igreja católica determinou que o lado correto para os fiéis seria o direito, pois os justos, segundo a bíblia, sentar-se-iam a este lado do trono de Deus. Cristo teria distribuído o pão e o vinho na última ceia com a mão direita. Por causa disto, o lado incorreto, dos pecadores seria o lado esquerdo.

Esterno – do grego Sternon, peito masculino. Hipócrates usou o termo Sternon para o peito masculino e chamou o “osso do peito” de Sternon para o osso e este uso propagou-se. Os romanos chamavam-no os Pectoris e a palavra Sternum apareceu apenas no latim medieval, através da tradução dos textos gregos. Por ser superficial e de fácil palpação, alguns etimologistas referem a origem como derivada do grego Stereos, em relevo, evidente.

Estilóide – do grego Stylos, lança, estaca, e Òidés, em forma de.

Estômago – do grego, Stoma, boca, e Cheien derramar. Para os romanos a palavra Stomachus designava a goela ou a porção inicial do esôfago, e derivava od grego Stomachos, composta de Stoma, boca e Cheien, derramar. Hipócrates usava também o termo para designar o colo da bexiga urinária ou do útero, no sentido de “início de um órgão ôco”, como no nosso popular “boca do estômago”. Em latim, o estômago, como órgão era chamdo de Ventriculus (diminutivo de Venter, ventre e, em grego Gaster. Assim, para Vesalio havia o Stomachus (esôfago) e o Ventriculus (estômago). Portanto a palavra designou inicialmente a faringe distal, então o esôfago, depois a cárdia e finalmente, após o século XVII, o estômago como atualmente o conhecemos.

Estrato – do latim Stratum, coberta de cama, colcha.

Estria – do latim Stria, canela, estria ondulada de adorno. Na realidade, em sentido mais restrito, a palavra Stria significava faixa elevada e o termo era frequentemente usado para descrever o aspecto ondulado do corpo de uma coluna e até mesmo uma “testa enrugada”. Nada indica, em latim, que a palavra tivese o sentido de listrado, como conhecemos atualmente.

Estroma – do grego Stroma, coberta, toalha. Para os gregos significava qualquer tipo de cobertura para cama, mesa etc.

Etmóide – do grego Ethmos, peneira, e Oidés, forma de. O osso foi descrito e nomeado por Galeno.

Excretor – do latim Exscreare, expectorar e Actor, agente.

Extensor – do latim Extendere, estender, esticar e Actor, agente.

Externo – do latim Externus, vindo de fora, exterior. O termo no plural Externi designava, de modo geral, os povos bárbaros, isto é, os povos estrangeiros e que não estavam sob o domínio de Roma.

Extra-piramidal – do latim Extra, externo, fora de, e Pyramidalis, relativo à pirâmide.

Extremo – do latim Extremus, extremo, final.

Extremidade – do latim Extremitas, extremidade, fim.

Face – do latim Facies, face.

Falange – do grego Phalanx, tropa e soldados. A phalanx era uma formação especial (em fileiras consecutivas) de batalha da infantaria do exército grego. Aristóteles usou o termo para os ossos dos dedos, por causa de seu arranjo em fileira, um atrás do outro.

Falciforme – do latim Falx, foice, Formis em forma de.

Faringe – do grego Pharynx, goela. Entre os gregos, apalavra Pharynx era usualmente empregada no lugar de Larynx. E Galeno usava o termo para a parte laríngea da faringe. Talvez a palavra Pharynx tenha derivado do grego Pharanx, fenda.

Fáscia – do latim Fascia, faixa, cinta, Fascis, feixe. A palavra Fascia em latim tinha diversos significados, todos com a idéia de atadura. Assim podia dar nome às faixas que seguravam os cabelos, cinto feminino etc. Os Fasci eram feixes de varas atados por uma faixa larga, e de um machado numa das extremidades. O termo Fáscia para designar estruturas largas e fibrosas é recente, antes do século XV, todas as expansões de tecido conjuntivo eram chamadas de aponeuroses.

Fascículo – do latim Fasciculus, diminutivo de Fascis, feixe.

Fauce – do latim Faux, plural Fauces, passagem estreita, garganta. Na antiga casa romana o Atrium era o local mais famíliar. Entre este e um pátio externo, com pilares e caramanchões (Peristylo) Havia duas estreitas passagens, usada apenas pelos escravos, chamadas de Fauces. Celso utilizou a palavra no singular para denominar a passagem da boca para a faringe.

Feminino – do latim Feminina, da mulher, Femina, mulher, fêmea.

Femoral – do latim, Femoris, da coxa.

Fêmur – do latim Femur, coxa. Há controvérsia quanto à origem desta palavra. Para uns, seria derivado de Fero, eu levo ou carrego; para outros, poderia ser derivado de Feo, eu gero, ou produzo, numa associação incerta com o sexo do filho ou com a cópula. A palavra latina Coxa tinha outro significado, igual a quadril, semelhante a ílium.

Fibra – do latim Fibra, fio, fibra de planta. Vesálio utilizou esta palavra com o sentido que hoje se conhece, isto é, de estrutura com características rígidas, fibrosas.

Fibroso – do latim, Fibrosus, provido ou feito de fibras.

Fíbula – do latim Fibula, alfinete, broche, Figere, cavar, espetar. Somente em meados do século XVI o termo teve uso anatômico. A palavra e a tradução do grego Peroné, alfinete.

Fígado – do latim Ficatum, fígado. Este termo designa especificamente os fígados de gansos alimentados com figos (Ficus), considerados como uma fina iguaria para banquetes (correspondente ao atual “patê de fois gras” Frances). Depois passou a designar o órgão como um todo em qualquer animal inclusive no homem. Os adjetivos e outros termos derivados a ele referentes são construídos do grego Hepar, fígado.

Fímbria – do latim Fimbria, franja, orla. As túnicas romanas com Fimbriae nas suas extremidades eram sempre muito ricas (bordadas com gemas e fios de prata e outro) e eram somente usadas por pessoas de destaque em ocasiões especiais.

Fissura – do latim Fissum, fenda

Flácido – do latim Flaccidus, mole, macio.

Flexor – do latim Flectere, curvatura, e Actor, agente.

Flexura – do latim Flexura, curvatura, dobradura.

Foice – o latim Falx, foice.

Folículo – do latim Folliculus, diminutivo de Follis, fole.

Fontanela – do francês Fontanelle, pequena fonte. O mesmo que fontículo. A palavra também pode ter sido derivada do italiano “Fontanella”, diminutivo de fonte, através de sua forma popular Fontana. O nome pode estar associado às pulsações no local, ou porque na idade média, os cirurgiões tentavam curar as doenças oculares ou nervosas mais graves cauterizando o ponto onde as suturas coronal e sagital se encontram (o local do fontículo anterior ou bregma). A ferida resultante era mantida aberta pela instilação de substâncias irritantes, na esperança que ai se formasse um canal por onde a matéria venosa pudesse ser expelida e é provável que a secreção ou o sangue minando da ferida lembrasse o fluir das águas de uma fonte.

Forame – do latim Foramen, abertura, buraco e Forare, furar, transpassar.

Fórnice – do latim Fornix, abóbda, arco de porta. O mesmo que fórnix.

Fórnix – do latim Fornix, abobada, arco de porta. Era o nome dado pelos arquitetos romanos aos arcos de tijolos ou a um aposento com teto curvo. As prostitutas romanas mais pobres trabalhavam ao ar livre, à noite, debaixo dos arcos dos aquedutos. Fornix também era o nome da moradia baixa e abobadada (na realidade um porão úmido), abaixo do rio Tibre, onde elas viviam. Daí, em português a palavra fornicação com sentido sexual, Em anatomia, nomeia especialmente uma estrutura cerebral conhecida por Galeno e descrita por Vesálio.

Fossa – do latim Fossa, fosso, vala, Fodiere, cavar, furar, vasar.

Fóvea – do latim Fovea, cova, poço.

Frênico – do grego Phenikos, relativo à mente ou ao diafragma. Na ilíada Phren significava a região do coração ou o próprio órgão. Depois a palavra ficou restrita à região entre o coração e o fígado (região diafragmática) e como esta área era considerada a sede das emoções, do pensamento a da fala, o termo Phren, metaforicamente, passou a designar alma, mente.

Frênulo – do latim Frenulum, diminutivo de Frenum, freio de animal.

Frontal – do latim Frontalis, Frons ou Frontis, da testa

Fronte – do latim Frons, ou Frontis, testa.

Fundo – do latim Fundus, fundo, base.

Fungiforme – do latim Fungus, cogumelo, e Formis, em forma de.

Funículo – do latim Funiculus, diminutivo de Funis, corda, amarra.

Gálea – do latim Galea, casquete de couro, capacete. No exército romano, os centuriões (infantaria) usavam um capacete feito de couro, a Galea, que era também o nome de uma bandagem especial para a cabeça. Foi Giovanni Santorini quem primeiro empregou este termo para designar a aponeurose entre os ventres do músculo occipitofrontal.

Gânglio – do grego Ganglion, tumor, caroço, inchaço. Hipócrates usava o termo para designar uma tumoração subcutânea, como um cisto sinovial ou lipoma. Galeno utilizava a palavra para plexos de nervos periféricos. Posteriormente ele chamou de gânglios as formações nodulares do tronco simpático. O sentido atual do termo é devido á Raymond Vieussens.

Gameta – do grego Gamete, esposa; Gametes, marido.

Gástrico – do latim Gastricus, relativo ao estômago, e do grego Gaster, ventre.

Gastrocnêmio – do grego Gaster, ventre e Knéme, perna. Hipócrates e Galeno já chamavam a região posterior da perna de “Gastrocnemia”. Este nome passou a designar os músculos dessa região.

Gelatinosa – do frances Gélatine, substância fria, e do latim Gelatus, gelado, condensado. A palavra gelatina apareceu apenas no período medieval.

Gêmeo – do latim Gemellus, gêmeo, duplo. Era um antigo termo para testículos. A palavra Gemellus também era grafada Geminus e alguns etimologistas alegam ser está composta de Genitus (nascido, gerado) e Binus (duplo).

Gengiva – do latim Gingiva, gengiva e Gignere, criar, fazer nascer.

Geniculado – do latim Geniculatus, nodoso, ajoelhado, e Genu, nó, joelho. O termo provavelmente foi concebido mais a partir da forma angulosa ou articulada desta parte do corpo (joelho) do que por sua aparência saliente, nodosa.

Genicular – do latim Genicularis, relativo a joelho.

Genioglosso – do grego Geneion, queixo,e Glossa, língua.

Genio-Hióideo – do grego Geneion, queixo, Hyo, a letra U e Óides, forma de.

Genital – do latim Genitalis, que gera, Genitus, nascido, gerado.

Gínglimo – do grego Ginglymós, juntura, articulação. Hipócrates usava o termo “ginglymoides” e Galeno tomo a palavra grega e abreviou-a. era usada principalmente para a articulação do cotovelo e foi reintroduzida nas traduções latinas de suas obras.

Giro – do latim Gyrus, circulo, volta, giro.

Glabela – o latim Glaber, imberbe, sem pelos. Na Roma antiga, Glaber era o nome de um escravo ou servo ainda jovem, imberbe. Na idade média era o nome latino do osso frontal (por causa da falta de cabelo nesta parte). Embora já no século XVI designasse, na língua italiana popular, a região entre as sobrancelhas, com este sentido a palavra somente foi introduzida

na anatomia no século XIX.

Glande – do latim Glans, bolota.

Glândula – o latim Glândula, diminutivo de Glans, bolota.

Glenóide – do grego Gléne, cavidade arredondada rasa, e Oidés, foram de. Na Grécia antiga, a palavra Gléne também tinha outros significados (espelho, pupila, reflexo). Galeno usava o termo para uma articulação esferóide rasa.

Globo – do latim Globus, bola, esfera, globo.

Glomérulo – do latim Glomerulus que é diminutivo de Glomus, novelo, bola de lã ou outro fio.

Glomo – do latim Glomus, novelo, bola de lã ou outro fio.

Glossofaríngeo – do grego Glossa, língua e Pharyngeo, relativo á faringe. Gabrielle Fallopio foi o primeiro anatomista a descrevê-lo em detalhes por considerá-lo como um par de nervos individual.

Glote – do latim Glottis, laringe, e Glossa, língua.

Glúteo – do grego Gloutós, anca, nádega. Para Hipócrates, a palavra designava qualquer estrutura saliente arredondada, mas posteriormente o termo passou a ser usado apenas com referência à área e à musculatura das nádegas.

Gonfose – do grego Gomphos, prego, pino. Quem deu este nome às articulações na quais um osso encaixa em um soquete como um pino, foi Galeno, que também dava este nome aos dentes molares.

Grácil – do latim Gracilis, delgado, esguio.

Grande – do latim Lato, largo, extenso, vasto. O músculo grande dorsal é denominado em latim, musculus latissimus dorsi.

Granulação – do latim Granulationis, granulação e Granum, grão.

Granular – do latim Granularis, provido de grãos. O mesmo que granuloso.

Granuloso – do latim Granulosus, provido de grãos.

Grosso – do latim Crassus, espesso, grosso, gordo.

Gubernáculo – do latim Gubernaculum, leme, timão, guia, Gubernare, guiar, dirigir, comandar. Em sentido estrito, o leme ou timão de uma embarcação; de forma figurada ou mais ampla, qualquer estrutura ou pessoa que orienta ou guia alguma coisa ou alguém. Em anatomia, designa estruturas fibrosas (especialmente aquela presa ao pólo inferior do epidídimo e testículo) que orientam ou guiam seu trajeto (no exemplo, a descida ao escroto). O gubernáculo do testículo do testículo foi descrito e nomeado por John Hunter, em 1786. A palavra é a tradução literal do grego Gubernao, guiar, dirigir, comandar.

Gustatório – do latim Gustatus, do gosto, do paladar. Na antiga Roma, Gustatorium era uma pequena mesa de madeira leve onde se serviam refeições ligeiras (literalmente local de degustação).

Habênula – do latim Habenula, diminutivo Habena, tira, correia, rédea. A imagem do corpo pineal e das habênulas sugeriu, na Grécia antiga, o formato da cabeça de um cavalo e as rédeas, visualizadas pelo cavaleiro.

Halitose – do latim Halitus, hálito e Ose, doença.

Hálux – corrupção ou aliteração do latim Allex ou Hallus, igual dedo grande.

Haplóide – do grego, único.

Haustro – do latim Haustrum, balde, caçamba. A palavra deve ser derivada do latim Haustus, esvaziado, Haurire, esvaziar. Na antiguidade, o Haustrum, no plural Haustra era o dispositivo usado para retirar água de um poço. Por extensão, passou a designar qualquer objeto com forma sacular. O termo foi introduzido em anatomia por Albrecht von Haller, no século XVIII.

Hélice – do grego Elix, caracol, Eilein, enrolar.

Helicotrema – do grego Elix, caracol, Tréma, orifício, buraco.

Hemartrose – do grego Haima, sangue; Arthron, articulação e Ose, estado. Derrame de sangue na cavidade articular.

Hematócrito – do grego Haima, sangue e Krino, eu separo.

Hematologia – do grego Haima, sangue e Logos, estudo.

Hematoma – do grego Hemato, derivado de Haima, sangue e Oma, tumor. Um tumor proveniente de derrame de sangue nos tecidos.

Hematopoiese – do grego Haima, sangue e Poiesis, produção.

Hematúria – do grego Haima, sangue; Ouron, urina e Ia, estado.

Hemiázigo – do grego Hemi, metade, A, sem, privado. Zygas, par, casal, cópula.

Hemicrânia – do grego Hemi, metade e Kranion, crânio.

Hemiplegia – do grego Hemi, metade; Plege, paralisia e Ia, estado. Não significa, porém “meia paralisia” e sim “paralisia de metade do corpo”.

Hemo – do grego Haima, sangue.

Hemofilia – do grego Haima, sangue e Philia, gostar. Não foi um neologismo muito feliz, como se vê.

Hemoglobina – do grego Haima, sangue e Globina, abreviação de Globulina , do latim Globus, bola, talvez pela forma arredondada das hemácias.

Hemólise – do grego Haima, sangue e Lysis, quebra.

Hemorragia – do grego Haima, sangue e Rhagia, quebrar.

Hemorróida – do grego Haima, sangue e Rhein, fluir, correr.

Hemossalpinge – do grego Haima, sangue e Salpinx, trompa.

Hemostático – do grego Haima, sangue e Statikos, que faz parar.

Heparina – do grego Hepar, fígado. A heparina foi assim chamada por ser encontrada no fígado.

Hepatite – do grego Hepar, fígado e Ite, inflamação.

Hepatomegalia – do grego Hepar, fígado e Megas, grande.

Hermafrodita – do grego Hermaphroditos, nome de uma figura mitológica que possuía os dois sexos e era filho de Hermes e Afrodite.

Hérnia – do latim Hernia, ruptura.

Herpes – do grego Herpein, alastrar.

Herpes Zoster – do grego Herpes, alastrar e Zoster, cintura, cinta.

Hetero - Prefixo grego que significa dissemelhança.

Heterocrômico – do grego Heteros, diferente e Chroma, cor.

Heterogêneo – do grego Heteros, diferente e Genos, origem.

Hialino – do grego Hialos, transparente, vitreo.

Hiato – do grego Hiatus, abertura.

Hidrocefalia – do grego Hydor, água e Kephale, cabeça.

Hidrocele – do grego Hydor, água e Kele, edema.

Hidrofobia – do grego Hydor, água e Phobos, temor. A doença tem este nome porque a vítima não pode engolir, devido a espasmos dolorosos da faringe e a vista da água provoca tais espasmos.

Hidrogênio – do grego Hydor, água e Gennao, produzo.

Hidrólise – do grego Hydor, água e Lysis, decomposição.

Hidronefrose – do grego Hydor, água; Nephros, rim e Ose, estado ou doença.

Hidrose – do grego Hidros, suor e Ose, estado. Tem a mesma significação de “hiperidrose”.

Hígido – do grego Hygies, são.

Higiene – do grego Hygieinos, sadio. A deusa grega da saúde era Hygeia, filha de deus da medicina, Asklepios (Esculápio).

Hímen – do grego Hymen, membrana. Na mitologia grega, Hymen era o deus do casamento e seu culto era celebrado durante as núpcias do casal. Hymeneu era o nome do conjunto de hinos cantados durante a cerimônia. Na anatomia grega, a palavra não tinha significado especial, podendo nomear qualquer membrana, como o pericárdio, peritônio etc. Vesálio em 1550 parece ter sido um dos primeiros anatomista a usar o termo especificamente para a membrana que se situa no vestíbulo da vagina.

Hiperacidez – do grego Hyper, excesso e do latim Acidus, azedo.

Hiperalgesia – do grego Hyper, excesso e Algos, dor. Hipersensibilidade dolorosa.

Hipercalcemia – do grego Hyper, excesso; do latim Calx, cal; do grego Haima, sangue e Ia, estado. Excesso de cálcio no sangue.

Hiperceratose – do grego Hyper, excesso; Keras, corno e Ose , estado. Crescimento excessivo das camadas córneas da pele.

Hiperemia – do grego Hyper, excesso; Haima, sangue e Ia, estado. Aumento de sangue em determinada parte do corpo.

Hipercrômico – do grego Hyper, excesso e Chroma, cor.

Hiperplasia – do grego Hyper, excesso e plasis, formação.

Hipersecreção – do grego Hyper, excesso e do latim Secretio, de Secernere, separar.

Hipersensível – do grego Hyper, excesso e do latim sentire.

Hipertrofia – do grego Hyper, excesso e Trophe, nutrição.

Hipnótico – do grego Hypnotikos, de Hypnoun, fazer dormir.

Hipocrômico – do grego Hypo, abaixo e Chroma, cor. De cor desbotada.

Hipodérmico – do grego Hypo, abaixo e Derma, pele.

Hipófise – do grego Hypo, sob e Physis, crescimento. Assim denominada por “crescer sob o encéfalo”.

Hipogástrico – do grego Hypo, baixo e Gaster, estômago.

Hipoglicemia – do grego Hypo, menos; Glykys, doce e Haima, sangue. Diminuição da glicose no sangue.

Hipoglosso – do grego Hypo, sob e Glossa, língua.

Hiposmia – do grego Hypo, menos e Osme, cheiro. Diminuição da acuidade olfativa.

Hipotálamo – do grego Hypo, abaixo e Thalamos, câmara interna.

Hipotensão – do grego Hypo, sob ou baixo e Temos, tensão.

Hirsutismo – do latim Hirusutus, cabeludo ou peludo e Ismo, estado.

Histamina – do grego Histos, tecido e da palavra I criada para designar certos derivados da amônia.

Histerectomia – do grego Hystera, útero e Ektome, excisão.

Histerotomia – do grego Hystera, útero e Tome, cortar. A histerotomia quando feita para dar nascimento ao feto denomina-se “cesariana”.

Histiócito – do grego Histion, pano ou tecido e Kytos, vaso ou célula.

Histologia – do grego Histos, tecido e Logos, estudos.

Holócrino – do grego Holos, todo e Krinein, separar. Glândulas holócrinas são certas glândulas, como as sebáceas, em que a célula secretora é eliminada com a secreção.

Homeo – prefixo grego que indica semelhança.

Homeopatia – do grego Homoios, semelhante e Pathos, sofrimento ou doença. Esta palavra foi criada por Hahnemann para significar “o semelhante cura o semelhante”.

Homossexual – do grego Homos, o mesmo e do latim Sexus, sexo.

Hormônio – do grego Horman, excitar, estimular.

Hospital – do latim Hospes, hóspede. Da mesma raiz latina derivou também “hospedaria”.

Humor – do latim Humor, líquido.

Iatrogênico – do grego Iatros, médico e Genesis, origem. Doença iatrogênica é a doença causada pelo médico.

Icterícia – do grego Ikteros, verde, esverdeado.

Idiopático – do grego Idios, próprio e Pathos, sofrimento ou doença.

Íleo – do latim Ileum, que é provavelmente a latinização do grego Ileós, enrolado, revolvido ou do grego Eilein, enrolar. Esta palavra surgiu apenas em 1618 significando parte do intestino delgado, provavelmente por erro de tradução. Os gregos não distinguiam partes do intestino delgado. O termo era utilizado por Galeno como “enteron eileòn” no sentido patológico, designando provavelmente um volvo, hérnia interna.

Ílíaco – do latim Ilium, flanco, relativo à anca.

Ílio – do latim ilium, quadril, anca. Este termo surgiu na idade média, possivelmente por corrupção do latim Ilia, flanco, parte mole, ou do latim ilis, mole. Alguns etimologistas não vêm distinção na origem das palavras ileum e ilium e argumentam que o osso (ilium) teria este nome por estar relacionado a esta região de um animal de carga ou por sustentar o intestino (ileum). Inclusive, no grego arcaico, o termo ilia dava nome ao intestino de animais (tripas).

Ima – do latim Imus, o mais abaixo, superlativo de inferus abaixo. O mesmo que ínfima.

Ímpar – do latim, impar, desigual.

Impressão – do latim impressio, pressão, aperto.

Imunidade – do latim Immunitas, isenção.

Inalar – do latim In, dentro e Halare, respirar.

Incerta – do latim incertus, vago, indefinido.

Incisal – do latim incisalis, relativo a corte, incidere, cortar.

Incisão – do latim Incidere, cortar dentro, derivado de In, dentro e Caedere, cortar.

Incisivo – do latim incisivus, cortante, incidere, cortar.

Incisura – do latim incisura, incisão, corte.

Incontinência – do latim In, dentro e Cubare, deitar, jazer.

Indicador – do latim Índex, apontador, sinalizador, L. Indicare, apontar, o mesmo que índice.

Índice – do latim índex, apontador, sinalizador. O famoso índex como é conhecido em português, é a abreviação da expressão Index Librorum Prohibitorum (catálogo dos livros proibidos) usada pela Igreja Católica durante a inquisição, com a finalidade de expurgar a leitura de livros considerados heréticos, condenando-os à fogueira. Posteriormente, a palavra índice passou a designar a lista de títulos ou capítulos de um livro e, por extensão, uma lista completa dos itens de uma coleção.

Inferior – do latim Inferior, mais abaixo, comparativo de L inferus, abaixo.

Ínfima – do latim infimus, o mais abaixo, superlativo de L inferus abaixo. O mesmo que ima.

Inflamação – do latim In, dentro e Flamma, chama. Na inflamação os tecidos “estão em chamas”.

Influenza - É uma palavra italiana, que significa “influência”. A doença era atribuída à influência dos astros ou a influências ocultas.

Infraglótica – do latim infra, abaixo de, e do grego, Glottykós, relativo à glote.

Infundíbulo – do latim Infundibulum, funil, e L infundere, derramar, verter. Este termo foi usado por Rufo de Éfeso para qualquer passagem ou estrutura afunilada. Foi Vesálio quem deu este nome à conexão da hipófise ao cérebro, depois adotado por Raynmond Vieussens e Thomas Willis. Jean Cruveilhier chamou assim o prolongamento do ventrículo direito que forma o tronco pulmonar (indundibulum pulmonis), termo posteriormente modificado por Caspar Wolf para conus arteriosus (cone arterioso).

Ingesta – plural latino de Ingestum, ingerido.

Íngua – do latim Ingueus, virilha.

Inguinal. - A mesma origem acima.

Inserção – do latim insertio, introdução, L Inserere, introduzir.

Inspiração – do latim In, dentro e Spinare, respirar.

Insula – do latim Insula, ilha.

Insular – do latim Insularis, relativo ou pertencente a uma ilha.

Insulina – do latim Insula, ilha, referindo-se à ilhotas pancreáticas, parte do pâncreas onde este hormônio é produzido.

Intercalado – do latim Inter, entre e L. calatus, nomeado, selecionado.

Interior – do latim Interior, mais interno, comparativo do latim Inter (intra) ou internus.

Intermédio – do latim Inter, entre e Medium, no meio central. Alguns etimologistas alegam que a palavra seria a contração da expressão “Inter hos medius”, isto é, o que ficou no meio.

Interno – do latim Internus, mais interno, comparativo de Intus, dentro.

Intersecção – do latim Inter, entre L. Sectio, corte, separação.

Intersticial – do latim Interstitium, de Inter, entre e Sistere, estar.

Intestino – do latim Intestinum, interno, entranhas. A palavra intestinus (adentrado), originalmente significava qualquer objeto que estivesse no interior de outro (em português, algo semelhante a guardado) do latim Intus, dentro. Depois, em sentido figurado, passou a designar interno ou doméstico (em oposição a externo ou estrangeiro). Alguns alegam que o termo seria derivado da expressão “quos intus est”, literalmente, “o que está dentro”.

Íntima – do latim Intimus, o mais profundo, superlativo de internus.

Intracelular – do latim Intra, dentro e Cellula, diminutivo de Cella, aposento.

Intrínseco – do latim Intra, dentro e Secus, do lado.

Intróito – do latim Introitus, entrada, Intra, para dentro e Ire, ir.

Intumescência – do latim Tumescere, começar e inchar, a aumentar de volume.

Inversão – do latim Invertere, inverter, voltar o lado de dentro para o de fora ou o de baixo para cima.

Involução – do latim In, dentro e Volvere, enrolar. A involução uterina é a diminuição do tamanho do útero após o parto, isto é, o útero como que se enrola para dentro, como pensavam os antigos.

Iodo – do grego Ioeides, semelhante à violeta.

Irídica – do grego iridikós, relativo ao arco íris.

Íris – do grego Íris, arco-íris ou qualquer círculo colorido brilhante. Os gregos consideravam o arco-íris como um sinal vindo dos céus e o associaram à divindade. Em anatomia, o termo foi introduzido por Jacob Winslow, em 1721, para designar a membrana multicolorida ao redor da pupila.

Irite – do grego Íris, arco-íris e Ite, inflamação.

Irradiar – do latim In, para dentro e Radiare, emitir raios.

Irregular – do latim In, prefixo de negação e Regula, régua, regra.

Iso – do grego Isos, igual.

Isotônico – do grego Isos, igual e Tonos, tensão.

Isótopo – do grego Isos, igual e Topos, lugar. Os corpos isótopos têm propriedades semelhantes, ocupam o mesmo lugar na classificação química, mas têm pesos atômicos diferentes.

Isquemia – do grego Ischein, conservar para trás e Haima, sangue.

Isquiático – do grego Skhiadikós, das ancas, da pelve. Iskhion, anca, pelve.

Ísquio – do grego Ischion, anca, pelve. Hipócrates chamava Ischias às ciatalgias (ou isquiatalgia). Rufo de Éfeso usou o termo Ischion para designar o local onde a cabeça do fêmur gira e, no mesmo século, Galeno dividiu o osso do quadril nas três partes que hoje conhecemos e chamou de Ischion a parte mais inferior.

Isquiocavernoso – do grego Ischion, anca, pelve e Cavernous, relativo à caverna, gruta.

Istmo – do grego Isthmós, entrada ou passagem estreita.

Janela – Deriva do latim Jan(u)ella diminutivo de Janua, janela, postigo. Janua era o nome dado a qualquer abertura numa parede, mas na Nomina Anatômica temos o termo oriundo do latim Fenestra, fresta, janela. Em latim, esta palavra significa um conjunto de estreitas aberturas retangulares, em série, colocadas na parede externa das casas romanas (semelhantes às seteiras dos castelos medievais), destinadas à circulação do ar no recinto. Daí, a palavra homônima em italiano, destinada às folhas de madeira feitas com fendas entre traves, colocadas para fechar as aberturas nas paredes.

Jejuno – do latim Jejunus, vazio, assim chamado porque Galeno usava o termo Nestis, Jujum, abstinência, pois acreditava que esta parte do intestino era encontrada vazia após a morte. Por corrupção tivemos do latim Jejunus que já aparece nos textos de Celso. Jejunum era a primeira refeição entre os romanos antigos. Aristóteles e outros anatomistas gregos haviam notado que esta porção do intestino nos cadáveres parecia estar sempre vazia ou menos repleta que as outras, principalmente em relação ao intestino grosso.

Jejunostomia – do latim Jejunus, vazio e Stoma, boca. Abertura cirúrgica de uma cavidade ou boca no jejuno.

Joelho – do latim Genu, Joelho, nó.

Jugo – do latim Jugum, canga, coleira.

Jugular – do latim Jugulum, garganta, lugar onde o pescoço se liga aos ombros.

Lábil – do latim Labilis, deslizante.

Lábio – do latim Labrum, lábio, reborda. Nos banhos públicos romanos, o Labrum era um grande recipiente de água morna, com boca larga e beirada proeminente. A palavra é, quase sempre, grafada Labium e habitualmente usada no plural (Labri ou Labi). A forma arcaica de Labrum era Lavabrum, possivelmente do Lavare, lavar. É obvia a associação da orla do vaso com o lábio humano.

Labirinto – do grego Labyrinthos, labirinto, confusão. Em termos genéricos, qualquer construção intrincada, com corredores e passagens em meandros. Na mitologia grega, era o nome do conjunto de muros traçado deliberadamente confuso, construído por Dédalos, em Creta, para aprisionar o Minotauro, um monstro metade homem, metade touro, filho do rei Minos. Confinado nestes corredores e sem poder achar a saída, o Minotauro era alimentado com carne humana. O herói Teseu, com ajuda da princesa Ariadne (que lhe deu um fio para guiá-lo), penetrou no labirinto, matou a fera e encontrou a saída. Empédocles e Agrigento, Galeno e Vesálio já conheciam a estrutura, mas foi Gabrielle Fallopio que usou a palavra para nomear o aspecto intrincado, confuso das cavidades dos órgãos da audição e do equilíbrio. Somente em 1789, Antonio Scarpa descreveu, em detalhes, a orelha interna, na sua obra “De auditu et olfactu”.

Lacerado – do latim Lacerum, lacerado, rasgado.

Lacrimal – do latim Lacrima, lágrima. Possivelmente a palavra latina derivou de um erro de grafia na transcrição da palavra grega Lacrion, lágrima, para Lacrion e daí Lacrima. Galeno, já conhecia a glândula lacrimal e seus ductos, mas somente em 1574, com Carcanus di Milano e, em 1662, com Niels Steno (Stensen), os detalhes do aparelho lacrimal foram revelados.

Lactação – do latim Lactare, amamentar.

Láctico – do latim Lac, leite.

Lactífero – do latim Lacteus, leitoso e Ferus , que transporta.

Lactobacilo – do latim Lac, leite e Bacillus, diminutivo de Baculum, haste ou cajado.

Lacuna – do latim Lacuna, piscina rasa, poça, diminutivo de Lacus, lago ou vazio.

Lago – do Latim, Lacus, lago, reservatório, bacia de rio.

Lambda – do grego Lambda, a letra L. O ponto craniométrico que assinala o encontro das suturas sagital e lambóide tem a forma aproximada desta letra.

Lambdóide – do grego Lambda, a letra L e óides, foram de.

Lâmina – do latim Lamina, lâmina, folha, placa fina.

Lanugem – do latim Lanugo, penugem, buço e Lana, lâ.

Laparatomia – do grego Laparon, flanco e Tome, cortar.

Largo – do latim Largus, amplo, abundante.

Laringe – do grego Larynx, gaita, parte alta da traquéia, Larungein, gritar. Entre os gregos, a palavra Pharynx era, usualmente, confundida e empregada no lugar de Larynx. O primeiro a descrever as cartilagens da laringe foi Galeno (thyeoides, krikoides, arytainoides e epiglottida). Vesalio, como costume na época, apenas numerou-as ) na ordem acima, primeira, segunda, terceira e a “outra”).

Laringite – do grego Larynx, laringe e Ite, inflamação.

Lata – do latim Lattus, largo extenso.

Lateral – do latim Lateralis, lateral. Do lado de.

Latente – do latim Latere, estar escondido.

Leiomioma – do grego Leios, liso; do latim Mus, músculo e do grego Oma, tumor.

Lemnisco – do grego Lemniskos, fita ou faixa de lão. Celso usava o termo para designar um curativo feito de tiras de linho embebidas em vinagre. O termo latino equivale a Taenia.

Lente – do latim Lens, lentilha, devido à semelhança de forma entre as lentes de vidro e aquele grão vegetal. Em inglês a palavra Lens significa “cristalino”, pela mesma razão.

Leptomeningite – do grego Leptos, delicado, pequeno; Meninx, membrana e Ite, inflamação. É a inflamação da aracnóide, que das três meninges é a mais delicada e fina.

Letargia – do grego Lethargos, sonolência ou esquecimento.

Leucemia – do grego Leukos, branco; Haima, sangue e Ia, estado.

Leucócito – do grego Leukos, branco e Kytos, vaso ou célula.

Leucocitose – do grego Leukos, branco; Kytos, vaso ou célula e Ose, estado.

Leucopenia – do grego Leukos, branco e Penia, pobreza.

Levantador – do latim Levator , elevador, e Levare, elevar, erguer, e Actor, agente.

Libido – do latim Libido, desejo sexual.

Licor – do latim Liquor, líquido.

Lienal – do latim Lien, baço.

Ligamento – do latim Ligamentum, ligadura, atadura. Ligamen, fita, cordão, ou de Ligare, atar, unir.

Limbo – do latim Limbus, borda, orla ou margem. Na astrologia, limbus era uma das zonas do Zodiaco e na mitologia grega era a região imediatamente antes do inferno, onde ficavam as almas impedidas de atravessar o rio Aqueronte, levadas pelo barqueiro Caronte. Na religião católica, o termo foi introduzido por Pedro Lombardo para indicar o lugar onde estão aqueles que morreram sem batismo e sem pecado mortal (apenas com o pecado original).

Límen – do latim Limen, limiar, soleira da porta, batente. O mesmo que limiar.

Limitante – do latim Limitans, que delimita, circunscreve, fronteiriço.

Linfa – do latim Lympha, água. Aparentemente os vasos linfáticos eram conhecidos por Aristóteles, Herófilo e Erasistrato mas, eles os consideravam como veias. Galeno não os reconhecia. Vesalio, Gabrielle Fallopio e Bartolommeo Eustachio também os descreveram mas não lhes atentaram com a real estrutura e função. Em 1622, Aselli descobriu os ductos lactiferos e os vasos quilíferos. A denominação “vasa lymphatica” é, provavelmente, devida à Bartholin. Os linfonodos foram descritos, em detalhes, por Marcello Malpighi, em 1659. È interessante notar que, em latim, a palavra Lymphaticus, fora do sentido poético, significava distraído, delirante, ou fora de si. Talvez a origem do termo esteja ligada à hidrofobia ou raiva (doença viral), porque em grego, hydros é água.

Linfático – do latim Lympha, água.

Linfoblasto – do latim Lympha, água e do grego Blastos, germe. Linfoblasto, sendo o linfócito não-maduro, é como que o “germe” do linfócito”.

Linfocitose – do latim Lympha, água; do grego Kytos, vaso o célula e Ose, estado.

Linfóide – do latim Lympha, água e do grego, semelhante.

Linfoma – do latim Lympha, água e do grego Oma, tumor.

Linfonodo – do latim Lympha, água, e Nodus, nó, novelo.

Língua – do latim Lingua. A raiz grega Glossa deu também origem a numerosos termos médicos referentes à língua, tais como glossite (inflamação da língua).

Língula – do latim Lingula, diminutivo de Lingua.

Linha – do latim Linea, linha, fio, ou de Linum ou Linen, fio de linho.

Lipase – do grego Lipos, gordura, com o sufixo Ase, que lembra enzima.

Lipodistrofia – do grego Lipos, gordura; Dys, defeituoso e Trophe, nutrição. É o deficiente metabolismo das gorduras com resultados patológicos.

Lipoma – do grego Lipo, gordura e Oma, tumor.

Liquefação – do latim Liquere, estar líquido e Facere, tornar.

Líquido – do latim Liquor ou Liquidum, líquido, fluído.

Litotomia – do grego Lithos, pedra e Tome, cortar.

Litotripsia – do grego Lithos, pedra e Tribo, esmago.

Livre – do latim Liber, livre, solto, vago.

Lobo – do grego Lobos, lobo, saliência arredondada.

Lóbulo – do latim Lobulus, diminutivo de Lobus, lobo.

Locus ceruleus – do latim Locus, lugar, local e Ceruleus, pardo de cêra.

Lombar – do latim Lumbalis, do lombo, e Lumbus, região dos ins, lombo.

Longitudinal – do latim Longitudinis, comprimento, extensão.

Longo – do latim Longus, comprido, longo, demorado.

Lúnula – do latim Lunula, diminiutivo de Luna, lua. Em Roma, as mulheres nobres, notadamente as casadas, costumavam usar adornos (pingentes, broches ou braceletes) em forma de meia lua ou crescente, em homenagem à deusa Selene. O adorno era tido como amuleto benfazejo para a feminilidade e maternidade.

Lúteo – do latim Luteus, amarelo.

Macro – do grego Makros, grande.

Macrocefalia – do grego Makros, grande e Kephale, cabeça.

Macrófago – do grego Makros, grande e Phago, eu como.

Mácula – do latim Macula, mancha.

Magno – do latim Maguns, grande elevado, abundante. Geralmente a constituição de um país é chamada “Magna Carta”, em alusão ao documento inglês de 1215, outorgado pelo rei John aos barões ingleses, que a ele assim se referiram.

Maior – do latim Major, maior. Comparativo de Magnus, grande, elevado, abundante.

Malar – do latim Malaris, relativo às bochechase Mala, maxila superior, parte superior da face.

Malária – do italiano Mala, mau e Aria, ar. A doença teve esse nome por pensar-se que provinha de emanações doentias (mau ar) dos pântanos.

Maléolo – Diminutivo do latim Malleus, martelo.

Mama – do latim Mamma, seio.

Mamilo – Diminutivo do latim Mamma, seio.

Mandíbula – do latim Mandibula, maxila inferior, queixo e Mandere, mastigar.

Manúbrio – do latim Manubrium, empunhadura, cabo de espada. A palavra é composta de Manus, mão e Habere, manter, ter. Vesálio notou que o esterno (para ele, os Pectoris) era formado por três partes, a superior em forma de punho de gládio (manubrii gladi), uma antiga espada curta grega, adotada pelos romanos. Nas arenas e circos romanos, os combatentes (geralmente prisioneiros de guerra ou condenados) que usavam esta espada eram chamados de gladiadores.

Mão – do latim Manus, mão.

Martelo – do latim Malleus, martelo. O martelo, na idade média, tinha forma semelhante ao utilizado na antiga Roma pelos açougueiros ou sacerdotes para atordoar os animais antes da matança ou sacrifício. Este instrumento era construído de madeira pesada e possuía forma geral arredondada. O martelo moderno, com cabeça e orelhas é invenção inglesa do século XVIII. Quem primeiro parece haver descrito a bigorna e o martelo (óssiculos da audição) foi Vesálio (1550), que notou semelhança de forma com os instrumentos do ferreiro e assim os denominou.

Masculino – do latim Masculinus, relativo ao homem e Masculus, macho.

Massa – do latim Massa, massa, pasta.

Masseter – do grego Maseter, mastigador, Masaomai, eu mastigo. A palavra em latim deveria ser escrita com apenas um s, dada sua origem grega, e ter pronúncia oxítona. Provavelmente houve confusão com o grego Massein, amassar, triturar.

Mastectomia – do grego Mastos, seio e Ektome, excisão.

Mastigação – do latim Mastigatio, mastigação e Masticare, mastigar, mascar.

Mastite – do grego Mastos, seio e Ite, inflamação.

Mastóide – do grego Mastos, mama e Eidos, semelhante. Daí o nome Amazonas para a tribo mitológica de mulheres guerreiras da Citia. A palavra deriva do grego A, sem e Mastos, mama, porque na adolescência tinham sua mama direita atrofiada ou amputada a fim de facilitar o manejo do arco e o carregamento do carcás (cuja tira atravessava o peito).

Masturbação - Talvez do latim Manustuprationem, de Manus, mão e Stuprare, violentar. Violentar à mão.

Matriz – do latim Matrix, forma, modelo, mãe, nutriz. Em histologia significa o molde que envolve as células nos tecidos.

Maturação – do latim Matutare, amadurecer.

Maxila – do latim Maxilla, parte superior da face, bochechas.

Meato do latim Meatus, canal ou via.

Medial – do latim medialis, que está no meio e Medius, no meio central.

Mediano – do latim Medianus, que esta no meio, central.

Mediastino do latim medieval Mediastinum, colocado no meio.

Medicina do latim Medicina que significa tanto a arte médica como o remédio.

Médio – do latim Medium, meio centro. Em sentido geral, o mesmo que mediano.

Medula – do latim Medulla, miolo, medula.

Megacariócito do grego Megas, grande; Karyon, semente ou núcleo e Kytos, célula.

Megacólondo grego Megas, grande e Kolon, intestino grosso.

Megaloblasto do grego Megas, grande e Blastos, germe.

Melanina do grego Melas, preto e o sufixo Ina, pigmento preto.

Melanoma do grego Melas, preto e Oma, tumor. Tumor pigmentado.

Membrana – do latim Membrana, membrana, película, lâmina. A palavra parece derivar diretamente do altim Membrum, membro do corpo, porque inicialmente, o termo designava apenas a pele que os revestia. Também pode ser uma forma corrupta vulgar do grego Hymen, membrana.

Meninge do grego Meninx, membrana.

Meningite do grego Meninx, membrana e Ite, inflamação.

Menisco do grego Meniskos, crescente, derivado de Men, lua. Na Grécia, o nome era usado para adornos e/ou formações militares em forma de meia lua ou lua crescente.

Menopausa do grego Men, lua ou mês e Pausis, cessação.

Menor – do latim Minor, menor.

Menorragia do grego Men, mês e Rhagia, saída.

Menorréia do grego Men, mês e Rhoia, fluxo.

Menstruação do latim Menstruum, solvente. Acreditavam os antigos que o sangue menstrual era poderoso solvente.

Mental – do latim Mentalis, relativo ao queixo e Mentum, queixo.

Mento – do latim Mentum, queixo.

Merócrino do grego Meros, parte e Krinein, separar. Aplica-se às células em que não há perda de citoplasma por ocasião da secreção.

Mesencéfalo – do grego Mesos, meioe Enkephalos, encéfalo, cérebro.

Mesênquima do grego Mesos, meio e Enchyma, suco. É o tecido conjuntivo embrionário.

Mesentério do grego Mesos, meio e Enteron, intestino.

Mesial – do latim Mesialis e Mesion, relativo ao meio.

Meso – do grego Mesos, meio.

Mesoderma do grego Mesos, meio e Derma, pele.

Mesométrio – do latim Mesos e Metra, útero.

Metabolismo do grego -Metabole, mudar.

Metacarpo – do grego Meta, depois de, entre, após e Karpus, punho.

Metáfise – do grego Meta, depois, entre e Physis, crescimento, sulco.

Metaplasia do grego Metaplasis, transformação, que deriva de Meta, sair de e Plasis, formação: formação diferente do original.

Metástase do grego Meta, sair de e Stasis, permanecer.

Metazoário do grego Meta, depois e Zoon, animal. Esta denominação aplica-se a todos os membros do reino animal depois dos protozoários.

Metrite do grego Metra, útero e lte, inflamação.

Miastenia do grego Myo, músculo e Astenia, fraqueza.

Micção do latim Micturire, urinar.

Micose do grego Mykes, cogumelo e Ose, estado.

Micro do grego Mikros, pequeno.

Micróbio do grego Mikros, pequeno e Bios, vida.

Microcefalia do grego Mikros, pequeno e Kephale, cabeça.

Microscópio do grego Mikros, pequeno e Skopein, ver.

Midríase – do grego Mydriasis, dilatação da pupila.

Mielina do grego Myelos, miolo, medula.

Mielite do grego Myelos, medula e Ite, inflamação.

Mieloblasto do grego Myelos, medula e Blastos, germe. É o mielócito imaturo.

Mielóclto do grego Myelos, medula e Kytos, célula.

Mientérico – do grego Mys, músculo e Enteron, intestinos.

Mínimo – do latim Minimus, superlativo de Parvus, pequeno, pouco.

Miocárdio do grego Myo, músculo e Kardia, coração.

Miocardite do grego Myo, músculo; Kardia, coração e Ite, inflamação.

Mioma do grego Myo, músculo e Oma, tumor.

Miomectomia – do grego Myo, músculo e Ektome, excisão.

Miométrio – do grego Myo músculo e Metra, útero.

Miopia – do grego Myopia, que deriva de Myein, apertar e Opsis, visão.

Misto – do latim Mixtus, misturado e Miscere, misturar.

Mitose – do grego Mitos, fio. Processo de divisão das células (cromossomos).

Mitral – do latim Mitra. A válvula mitral recebeu esse por assemelhar-se (embora um tanto vagamente) a uma mitra, ou seja, o chapéu com pontas de um bispo.

Mixedema – do grego Mixa, muco e Oidema, inchação.

Modíolo – do latim Modiolus, diminutivo de Modius, cântaro, trépano. Em Roma, o Modius (ou Modium) era uma medida de capacidade para sólidos (alqueire), especialmente cereais, e dava nome às vasilhas ou a um cântaro usado (s) em poços ou cisternas. Mas a palavra designava ainda um instrumento cirúrgico (um trépano) e também a parte central de uma roda, onde se fixam o eixo e os raios. Ambos os objetos possuem semelhança de forma com o órgão da orelha interna, descrito por Bartolommeo Eustachio, em 1563.

Molar – dolatim Molaris, relativo à mó, Mola, mó, pedra de moinho. Porque à semelhança da mó, estes dentes trituram grãos colocados entre eles.

Molécula – do latim Moles, massa, com o sufixo diminutivo Cula.

Monília – do latim Monile, colar.

Monócito – do grego Monos, único e Kytos, célula. Monócito é o leucócito com núcleo único, grande, arredondado ou ovalado.

Mononuclear – do grego Monos, único e do latim Nucleos, pequena semente.

Mórbido – do latim Mobidus, doente.

Morfina – do latim Morpheus, o deus do sono.

Mórula – diminutivo do latim Morus, amora.

Mosquito – palavra espanhola, diminutivo de mosca.

Mucina – do latim Mucus, secreção.

Muco – mesma origem acima.

Mucosa – do latim Mucus, catarrro e do grego Mucha, catarro.

Multipara – do latim Multi, muitos e Parere, dar à luz, parir.

Murino – do latim Murinus, relativo a Mus, camundongo.

Músculo – do latim Musculus, diminutivo de Mus, camundongo. Devido a contração muscular os antigos viram certa semelhança entre o músculo isolado e um camundongo.

Mutação – do latim Mutare, mudar.

Nádega – do latim Nates, nádegas. O nome nates, sempre no plural foi antigamente, dado aos colículos superiores do mesencéfalo.

Narinas – do latim Naris, narinas, ventas. A etimologia da palavra naris é incerta. Pode ter uma origem comum com Nasus, nariz, ou derivar de Nare, flutuar, nadar, por causa de sua secreção, ou ainda ser uma corrupção de Gnarus, conhecido, porque era através das narinas que se identificavam os odores.

Nariz – do latim Nasus.

Nasal – do latim Nasalis, relativo ao nariz, Nasus, nariz.

Naso - prefixo utilizado em muitas palavras médicas e que vem do latim Nasus, nariz.

Navicular – do latim Navicula, diminutivo de Navis, navio, escuna. Vesálio usava o termo Scapheoides ou Navicularis para os ossos do carpo e tarso em forma de barca, indiscriminadamente.

Necrose – do grego Nekrosis, mortificação.

Necrotério – do grego Nekros, morte e Terion, lugar onde.

Nefrectomia – do grego Nephros, rim e Ektome, excisão.

Néfron – do grego Nephros, rim. Hoje a significação é limitada à de "uma unidade" do rim (conjunto do glomérulo alça de Henle e tubos contorcidos).

Negra – do latim Nigra, feminino de Nigrum, negro. Os romanos tinham o provérbio popular “Nigro notanda lapillo” significando que os dias de má sorte (infelizes) deveriam ser marcados, no calendário, por uma pedrinha negra. O contrário (dias de sorte, felizes) eram considerados “Albo notanda lapillo”. A cor negra era tida como de mau agouro, funesta. Os mortos ilustres eram parcialmente cobertos por lenços negros, em alusão ao “dia infeliz”. Embora a cor não fosse usada oficialmente como sinal de luto, pode ter surgido daí o hábito de vestir-se de negro nas datas funestas.

Neo – do grego Neos, novo.

Nervo – do latim Nervus, que significa corda, tendão. A palavra grega correspondente é Neuron.Neural – do grego Neuron, nervo.

Neuróglia – do grego Neuron, nervo e Glia, cola.

Neuro-hipófise – do grego Neuro, nervo, Hypo, abaixo de, e Physis, sulco, crescimento.

Neurologia – do grego Neuron, nervo e Logos, estudo.

Neurônio – do grego Neuronon, diminutivo de Neuron, nervo.

Neurose – do grego Neurosis, de Neuron, nervo e Ose, estado.

Neutro – do latim Neuter, nem um nem outro. Aplica-se geralmente com a significação de "nem ácido nem alcalino".

Neutrocitopenia – do latim Neuter, neutro; do grego Kytos, célula e Penia, escassez.

Neutrófilo – do latim Neuter, neutro e do grego Philein, gostar. Que tem afinidade para corantes neutros.

Nevo – do latim Naevus, marca de nascença. Deriva de Natus, nascido.

Nicotina – Nome  dado ao alcalóide do fumo em homenagem a Jean Nicot, o francês que introduziu o fumo na Europa.

Ninfa – do grego Nympha, noiva ou moça em idade nupcial. Os pequenos lábios, órgãos genitais externos da mulher, também são chamados "ninfas".

Ninfomania – do grego Nympha, noiva ou donzela e Mania, frenesi ou agitação.

– do latim Nodus, nó.

Normal – do latim Norma, régua de carpinteiro. Daí significar "de acordo com as medidas", "de acordo com as regras".

Normoblasto – do latim Norma, régua e do grego Blastos, germe. É o eritrócito normal imaturo.

Nosologia – do grego Nosos, doença e Logos, estudo.

Notocorda – do latim Chorda = cordão e do grego Noton = dorso

Nua – do latim Nuda, feminino de Nudus, nu, despido.

Nuca – do árabe Nugraf, parte posterior da cabeça.

Núcleo – do latim Nucleus, noz da amêndoa, caroço de oliva. O termo, originalmente, era o diminutivo de Nux, noz. Depois passou a designar o coroço da fruta. A palavra no seu sentido científico atual (núcleo) foi introduzida por Robert Brown, em 1831, ao descrever o núcleo das células vegetais.

Nucléolo – do latim Nucleus, pequena semente, com o sufixo diminutivo Olus.

Nutrição – do latim Nutrire, alimentar.

Nutrício – dolatim Nutricium, relativo á criação ou nutrição.

Nutriente – do latim Nutriens, que nutre, e Nutrite, amamentar.

Obesidade – do latim Obesus, gordo. Provém de Obedere, comer em excesso.

Oblíquo – do latim Obliquus, obliquo, de través, torto.

Oblonga – do latim Oblonga, feminino de Oblongus, alargado. A termo original, na nomina antômica é medula oblongata, mas deveria ser medula prolongata (medula alongada), pois o termo oblongatus não existia no latim clássico.

Obnubilação – do latim Ob nubilatus, envolto numa nuvem.

Obsessão – do latim Ob, em frente e Sedere, sentar.

Obstetrícia – do latim Obstare, ficar em frente. Deriva da posição em que fica o parteiro, na frente da mulher.

Obstipação – do latim Obstipare, parar, deter.

Obturado – do latim Obturatum, fechado e Obturare, fechar, tapar, obstruir.

Occipital – do latim Occipitium, parte posterior da cabeça.

Oclusão – do latim Ob, contra e Claudere, fechar.

Oculomotor – do latim Oculus, olho, Motus, movimento e Actor, agente.

Óculos – do latim Oculus, olho.

Ocusal – do latim Ocludere, cerrar, fechar com força.

Odontologia – do grego Odous, dente e Logos, estudo.

Oftalmia – do grego Ophtalmos, olho e Ia, doença.

Oftálmico – do latim Ophthalmykós, relativo aos olhos e do grego Ophtalmos, olho. A palavra Oftalmicus em Roma, designava o médico que cuidava as doenças oculares. Na idade média, passou a nomear também o fabricante de lentes.

Oftalmologia – do grego Ophtalmos, olho e Logos, estudo.

Oftalmoscópio – do grego Ophtalmos, olho e Skopeo, eu examino.

Óide – do grego Eidos, semelhante.

Olécrano – do grego Olekranon, ponta do cotovelo, Oléne, cotovelo e Kranion, cabeça ou Krános, capacete. A palavra correta deveria ser olenocranon, mas a forma corrupta olekranon prevaleceu.

Olfato – do latim Olfactus, ação de cheirar.

Olfatório – do latim Olfactorius, farejador e Olfactare, cheirar, farejar.

Olho – do latim Oculus, olho.

Oligo – do grego, Oligos, pouco.

Oligomenia – do grego Oligos, pouco e Men, mês. É o mesmo que "oligomenorréia": menstruação escassa.

Oligúria – do grego Oligos, pouco; Ouron, urina e Ia, estado.

Oliva – do latim Oliva, oliveira, azeitona.

Oma - Sufixo grego que significa tumor, tumefação.

Ombro – do grego Omos, ombro ou do latim Umerus, espáduas. Os antigos gregos e romanos nomeavam confusamente o ombro e o braço, algumas vezes com o mesmo nome (em conjunto), outras, com nomes diferentes para estas partes, mas com termos que poderiam ser intercambiáveis.

Omento – do latim Omentum, membrana rendada. A palavra tem origem obscura, mesmo em latim. Pode ter derivado de Omen, augúrio, presságio, por causa da prática de aruspicação, quando, ao abrir-se o abdome do animal sacrificado, deparava-se em primeiro lugar com esta membrana. A outra origem provável seria do latim Operimentum, coberta rendada, avental, porque recobre a maioria das entranhas. Antigamente em anatomia as meninges eram chamadas Omenta Cerebri e o periósteo era denominado Omenta ossi um, o que parece reforçar esta última hipótese etimológica. A palavra grega equivalente é Epiploon.

Ontogenia, Ontogênese – do grego On, ser e Genesis, criação. Desenvolvimento do indivíduo.

Oócito – do grego Oon, ovo e Kytos, vaso ou célula.

Ooforite – do grego Oon, ovo; Pherein, carregar, e lte, inflamação. É o mesmo que "ovarite", inflamação do ovário. O ovário ou "oóforo" é o portador ou "carregador" dos óvulos.

Oogênese – do grego Oon, ovo e Genesis, produção.

Operação – do latim Operatio, derivado de Operari, trabalhar.

Opérculo – do latim Operculum, tampa, cobertura e Operire, tapar, cobrir.

Oponente – do latim Opponens, oposto e Opponere, pôr diante, opor.

Óptica – do grego Optomei, vejo.

Ora serrata – do latim Ora, litoral, costa e Serratus, serreado. A palavra “Ora” tinha também o sentido de borda, aresta.

Oral – do latim Orbis, boca, Os, rima dos lábios.

Orbicular – do latim Orbicularis, ao redor do olho e Orbis, circulo, órbita, Oculus, olho.

Órbita – do latim Orbis, circulo.

Ordéolo – do latim Hordeolum, diminutivo de Hordeum, cevada. O ordéolo ou tersol assemelha-se um tanto a um grão de cevada.

Orelha – do latim Auris, orelha. Infelizmente em medicina a palvra orelha é pouco utilizada, dando-se preferência a “ouvido” que em latim é “Auditus” e que tem sentido verbal (particípio passado do verbo ouvir).

Órgão – do grego Organon, instrumento ou utensílio e Ergein, trabalhar. Só no século XVII é que o vocábulo começou a ser aplicado aos órgãos do corpo.

Orgasmo – do grego Orgaein, inchar, intumescer.

Origem – do latim Origo, fonte, nascimento, origem.

Orqui – do grego Orchis, testículo.

Orquidectomia – do grego Orchis, testículo e Ektome, excisão.

Orquite – do grego Orchis, testículo e Ite, inflamação.

Ortopedia – do grego Orthos, reto e Paidion, criança. No início da especialidade, o ortopedista dedicava-se apenas aos defeitos físicos ou deformidades das crianças, daí a razão do nome.

Ortostático – do grego Orthos, reto (ou levantado) e Stasis, permanecer. A albuminúria ortostática é aquela que só aparece quando o paciente permanece de pé.

Osmose – do grego Osmos, impulso e Ose, estado.

Ossículo – do latim Ossiculum, diminutivo de Os, osso.

Osso – do latim Os (osso). Em grego, a palavra que designa este órgão era Osteon, Jean Riolan afirma que esta deu origem, na tradução latina, a Ossum, depois abreviada, por Platão, para Os.

Osteoblasto – do grego Osteon, osso e Blastos, germe. Célula que produz osso.

Osteoclasto – do grego Osteon, osso e Klan, destruir.

Osteogênese – do grego Osteon, osso e Genesis, produção ou criação

Osteóide – do grego Osteon, osso e Eidos, semelhante.

Osteologia – do grego Osteon, osso e Logos, estudo.

Óstio – do latim Ostium, abertura, porta.

Ótico – do grego Otikos, relativo ao ouvido e Ous ou Otos, orelha externa.

Otite – do grego Ous, ouvido e Ite, inflamação.

Otogênico – do grego Ous, ouvido e Genesis, origem. Que tem origem no ouvido.

Otomia – do grego Tome, corte. É um sufixo empregado em numerosos termos médicos.

Otosclerose – do grego Ous, ouvido; Sklero, duro e Ose, estado.

Otoscópio – do grego Ous, ouvido e Súopeo, examino, vejo.

Oval – do latim Ovalis, ovalado e Ovum, ovo.

Ovário – do latim Ovarium, nome dado ao escravo encarregado de cuidar dos ovos e pintos. Em anatomia o termo ovário é recente, introduzido por Niels Steno (Stensen), em 1667. Antes, os ovários eram denominados de “testis mulieris”, ou seja, testículos da mulher. É de origem latino, sendo utilizado na Roma antiga para designar o escravo encarregado de cuidar das galinhas e, sobretudo, dos ovos, que eram valiosos na época. Os escravos mais habilidosos, denominados de “ovarii”, eram estimados e disputados pelas famílias nobres. Isto se deve ao fato da alimentação dos romanos começarem sempre por um prato à base de ovos. Desse modo o termo ovário era interpretado, naquela ocasião, como sendo o “carregador de ovos” e, na atualidade, representa uma estrutura que “carrega ovócitos”.

Ovo – do latim Ovum.

Oxigênio – do grego Oxys, ácido e Gennao, eu produzo. Esta palavra foi criada por Lavoisier.

Palatino – do latim Palatinum, relativo ao palato e Palatum, palato. Vesáio foi um dos primeiros a distinguir o palato duro e mole e denominava os ossos do palato como “Os palati”, mas o termo palato mole é devido à Falloppio.

Palato – do latim Palatum, céu da boca, palato. Esta palavra tem origem incerta. Para uns, estaria associada a Pascere, alimentar; para outros, com Palere, cercar , murar, ou ainda derivada de Palatium, palácio. Os antigos anatomistas gregos não distinguiam entre palato duro e mole: ambos eram nomeados em conjunto como “Diaphargma oris

Pálido – do latim Pallidus, pálido, descorado e Pallere, empalidecer.

Pálio – do latim Pallium, manto, toga.

Palma – do latim Palma, palma da mão, folha larga, pá de remo. O termo parece derivar-s do grego Paláme, palma da mão. Os romanos usavam a palavra palma incluindo não só o centro da mão, mas os dedos. Mais tarde, surgiram as expressões “Palma manus” para a parte plana da mão e “vola manus” para o centro côncavo da mão.

Palmada – do latim Palmatus, provido de palmas. Entre os romanos, era costume ornar os cabelos e as vestes dos vencedores dos jogos ou conquistadores militares com folhas de loureiro ou de palmeira. Daí a expressão “vestis palmata”, toga de vencedor entretecida de palmas.

Pálpebra – do latim Palpebra, que parece provir de Palpitare: palpitar, mover-se rapidamente.

Pampiniforme – do latim pampinus, parra, pâmpano e Formis, em forma de.

Pan – do grego Pan, todos, tudo.

Panacéia – do grego Pan, tudo e Akos, remédio.

Pâncreas – do grego Pan, tudo, todo e Kréas, carne. Em tempos arcaicos, a palara Kréas significava apenas carne comestível. Depois junto com Sarx, passou a designar qualquer tipo de músculo. O órgão foi descrito e nomeado por Herófilo, por causa de sua consistência mole, “carnosa”. Aristóteles, Rufo de Éfeso e Vesálio admitiram e usaram o termo. Até o final do século XVII, o pâncreas era confundido e incluído com os linfonodos mesentéricos.

Pandêmico – do grego Pan, tudo e Demos, povo. Doença que ataca a quase todos ao mesmo tempo.

Panículo – do latim Panniculus, diminutivo de Pannus, pano, trapo. A palavra foi introduzida por Celso apenas para designar bandagem e curativos feitos com tecido de linho. Durante séculos significou uma coberta espessa ou um tipo de pele. Berengário da Carpi, descreveu o invólucro subcutâneo do tronco, dividindo-o em duas camadas: panuculus adiposus (superfial e formada de tecido gorduroso) e paniculus carnosus (fina camada profunda muscular, mais exuberante em animais).

Panturrilha – do espanhol Pantorrilha, barriga da perna e do latim Pantex, barriga. O mesmo que Sura. Na Europa era costume no século XIV ao XVII colocar-se bolas de algodão (como enchimento) dentro das meias, na parte posterior da perna, para aumentar o volume e o contorno dos músculos e evidenciar a forma da região (sinal de beleza e prosperidade). O termo deve ter derivado da composição do latim vulgar Pantex, barriga e do espanhol Rodillera (joelheira). Pantex, em português deu “pança”, com o mesmo significado vulgar da palavra latina.

Papila – do latim Papilla, borbulha pequena, bico da mama. A palavra pode ter vindo do latim Pappare (mamar ou comer como criança) ou Papula (caroço pequeno, tumoração) e os romanos empregavam-na, exclusivamente, para designar o mamilo. Por extensão, em poesia, passou a denominar toda a mama. Berengario da Carpi foi o primeiro anatomista a usar a palavra para estruturas fora da mama (papilas renais). Mais tarde, Marcello Malpighi, aplicou o termo às papilas gustatórias da língua. O termo grego correspondente é Thele (como em epitélio).

Papilar – do latim Papilla. Que tem a forma de um mamilo.

Pápula – do latim Papula, empola.

Paralisia – do grego Para, ao lado e Lysis, afrouxamento, destruição.

Paramétrio – do grego Para, ao lado de e Metra, útero.

Parametrite – do grego Para, ao lado; Metra, útero e Ite, inflamação.

Paranasal – do grego Para, ao lado e do latim Nasus, nariz.

Parassimpático – do grego Para, ao lado e Synpathos, de Syn, com e Pathos, sofrimento.

Paratireóide – do grego Para, ao lado; Thyreos, escudo e Eidos, semelhante.

Parede – do latim Paries, parede. O termo Paries significava em Roma antiga tanto a parede externa (Paries domuis) como qualquer divisória interna da casa (Paries laris). O adjetivo era Parietis ou Parietalis.

Parênquima – do grego Para, ao lado e Enchyma, suco. A palavra parece ter sido introduzida em anatomia por Erasistrato e era aplicada a órgãos de consistência macia e sólida, como fígado, baço, rins e pulmões. O termo baseou-se na teoria humoral, muito difundida na época, que alegava ser a substância própria destes órgãos derivada da solidificação de um “derramamento” sanguíneo dentro dos seus espaços, pelas veias que neles adentravam, para formar os espíritos vitais veiculados pelos humores.

Parenteral – do grego Para, ao lado e Enteron, intestino. A via parenteral é qualquer via que não seja pelo intestino.

Parietal – do latim Paries, parede.

Paroniquia – do grego Para, em redor e Onyx, unha.

Parótida – do grego Para, ao lado e Ous, orelha externa. Jean Riolan reintroduziu o termo Parotis para a glândula sem saber que esta palavra já era utilizada por Galeno significando, além do próprio órgão, sua tumoração ou um abscesso na orelha externa. Jean Riolan não reconheceu a natureza glandular da parótida, fato somente constatado por Niels Steno (Stensen) em 1645.

Parte – do latim Pars, parte, porção.

Parturiente – do latim Parturire, estar em trabalho de parto.

Parva – do latim Parva, feminino de Parvus, pequeno, curto.

Passivo – do latim Passivus, que sofre, que recebe a ação.

Pasta – do grego Paste, pirão.

Patela – do latim Patella, prato, panela rasa. Geralmente feitas de barro ou cerâmica para uso diário, podiam ser utilizadas em rituais de sacrifício, quando eram ricamente ornamentadas, possuindo longos cabos. Termo introduzido por Celso, provavelmente pela semelhança de forma do prato e cabo com o osso e o tendão do músculo quadriceps da coxa, onde está encravada.

Patogênico – do grego Pathos, doença e Gennao, eu produzo.

Patologia – do grego Pathos, sofrimento ou doença e Logos, estudo.

Pavilhão – do Francês Pavillon, tenda e Papilionem, borboletas. Em francês, borboleta é Papillon e o termo Pavillon é obviamente uma forma variante. Talvez a palavra tenha surgido da semelhança encontrada entre os panos esvoaçantes das tendas de campanha com as asas das borboletas. Porém, é mais difícil entendermos a analogia entre a tenda (ou borboleta) e a forma do pavilhão da orelha externa.

– do latim Pes, pé de homem ou animal.

Pécten – do latim Pecten, pente, carda ancinho e Pectere, pentear.

Pectinio – do latim Pecten, pente.

Pediatria – do  grego Paido, criança e Latria, tratamento.

Pedículo – do latim Pes, pé e do sufixo diminutivo Culus: pequeno pé.

Pedúnculo - A mesma origem de “pedículo".

Peito – do latim Pectus, peito, a parte anterior do tórax. Em latim, a palavra Pectus significava apenas a parte externa (ósteo-muscular) do tórax, não compreendendo a cavidade e nem a mama. Em poesia, entretanto, tinha o sentido de alma, coração e, por extensão, sede de bons sentimentos, de fidelidade (daí a expressão - amigo do peito). Outros autores acham que derivaria do grego Pectis, gaiola, armadilha para pássaros, ou de Pectós, objeto feito de peças ajuntadas, pela semelhança da caixa torácica com estes objetos.

Pêlo – do latim Pilus ou Pellis, pêlo de animal. Há um famoso provérbio latino: “Lupus pilum mutat, non mentem”, isto é, o lobo muda de pêlo mas não a mente.

Pelve – do latim Pelvis, bacia, caldeirão. Na Roma antiga, Pélvis era o nome de um grande vaso fundo com uma borda retorcida (como um caldeirão). A tradução fancesa da palavra Pélvis foi “Bassin” e, no final do século passado, por ser o francês a língua cientifica oficial (principalmente nos tratados de obstetrícia), traduziu-se para o português, literalmente como bacia e o termo ficou consagrado no uso médico. Portanto, a palavra bacia, embora de tradução literal correta, é um galicismo. Temos em português, a palavra “Pelve”, transcrição direta do latim. Realdo Colombo, em 1959, na sua obra “De re anatômica” popularizou o termo.

Penicilina – do latim Penicillus, pincel.

Pênis – do latim Penis, que significa originalmente Cauda. O órgão masculino, quando pendente, teria semelhança com uma cauda. Entre os romanos, assim como em português, havia inúmeras expressões populares para designar o pênis (clava, vômer, radix, ramus, gladius). Desta última (que significa espada) derivou, por extensão, o nome “vagina” (bainha).

Pepsina – do grego Pepsis, digestão.

Perfuração – do latim Perfurare, furar através.

Perfusão – do latim Perfundere, fazer passar através.

Peri-articular – do grego Peri, em redor e do latim Articulus, junta.

Pericárdio – do grego Peri, ao redor de e Kardia, coração.

Pericondrite – do grego Peri, em redor; Chondros, cartilagem e Ite, inflamação.

Perilinfa – do grego Peri, ao redor de e do latim Lympha, água. O termo não é adequado, por duas razões: a primeira, por ser híbrido de duas línguas e, segundo, porque etimologicamente significa “o que esta ao redor do líquido” e não o humor propriamente dito. Esta palavra parece ser recente em anatomia e por isso deve ter sido mal formada.

Perimisio – do grego Péri, ao redor de e Mysei, muscular.

Períneo – do grego Peri, ao redor de e Naion, ânus. Hipócrates usava as formas Períneon e Perínaion e Galeno restringiu o termo à área entre o ânus e o escroto, no homem, e entre o ânus e a vulva, na mulher.

Perineuro – do grego Peri, ao redor de e Neuron, corda, fibra.

Periníquio – do grego Peri, ao redor de e Onyx, unha.

Periodonto – do grego Peri, ao redor de e Odous, dente.

Periósteo – do grego Peri, ao redor de e Osteon, osso. Galeno já usava o termo para designar

a membrana que reveste os ossos. A primeira descrição detalhada desta estrutura foi feita por

Andeas Bonn, em 1763, embora a sua função tenha sido somente elucidade por Duhamel em

1740.

Periósteo – do grego Peri, em redor e Osteon, osso.

Peristalse – do grego Peri, em redor e Stellein, mudar. A peristalse de fato movimenta o conteúdo intestinal em redor e para diante.

Peritônio – do grego Peri, em redor e Teinein, cobrir.

Perna – do latim Perna, membro inferior, perna.

Pescoço – origem incerta. Não há concordância entre os etimologistas quanto à origem desta palavra e as hipóteses são quase todas de difícil acompanhamento etimológico e/ou semântico. Talvez seja derivada do latim Post (após, depois de) e Cocceus (relativo à concha) ou de Post, após depois de e do grego Kókos, esfera, ou ainda do latim Post, após, depois de e do latim Coccum, vermelho escarlate. A palavra anatômica correspondente à pescoço mais utilizada é “colo”.

Peste – do latim Pestis.

Petéquia – do italiano Petecchia, sarda.

Pétreo – do latim Petrosus, da natureza da pedra.

Petroso – do latim Petrosus, pétreo, rochoso e Petra, pedra.

pH – o p nesta abreviatura representa a palavra latina Pons, expoente. O pH é o expoente de hidrogênio.

Pial – do latim Pial, relativo à Pia-matér.

Pia-máter – do latim Pia, suave, fiel e Mater, mãe. A Pietas (piedade, caridade) era uma das virtudes capitais para os romanos e sua prática era de suma importância e uma das hipóteses para o termo alega que aos anatomistas antigos a meninge mais interna parecia como uma mãe afetuosa para o cérebro, envolvendo, protegendo-o e nutrindo-o.

Picnose – do grego Pyknos, grosso e Ose, estado ou doença.

Pielite – do grego Pyelos, caixa ou bacia, e Ite, inflamação. A pelvis renal é a caixa ou bacia do rim. Daí ser denominada "pielite" a sua inflamação.

Pigmentado – do latim Pigmentum, corante, cor.

Pilar – do latim Pila, pilar, coluna, suporte.

Piloro – do grego Pylorus, guarda do portão, derivado de Pyle, portão ou porta e Ouros, guardião. O piloro guarda a saída do estômago. Galeno usava o termo Grego Stenótis (estreito) para o canal pilórico do estômago e apenas comparava este canal com um Pylouros (guarda de portal de templos) mas em latim, o termo Pylorus indicava apenas o orifício distal do estômago. Mais tarde, o termo de comparação prevaleceu e esta escolha parece ter sido devida a Celso e adotada por Rufo de Éfeso e Júlio Pollux. Gustava Retzius dividiu a parte pilórica do estômago em canal e antro.

Piloso – do latim Pilus, pêlo.

Pineal – do latim Pinea, pinha de pinheiro. A glândula pineal recebeu esse nome provavelmente pela semelhança que os antigos encontraram entre sua forma e a de uma pinha, forma de reprodução dos pinheiros.

Pinta - Palavra espanhola que significa Mancha, coisa pintada. É o nome de uma dermatose.

Piogênico – do grego Pyos, pus e Gennan, produzir.

Pionefrose – do grego Pyos, pus; Nephros, rim e Ose, estado.

Piorréia – do grego Pyos, pus e Rhoia, fluxo.

Pirâmide – do latim e do grego Pyramis, pirâmide. A real origem da palavra é provavelmente egípcia. Alguns etimologistas alegam que Pyramis deriva do grego Pyr, fogo, porque a forma da pirâmide lembra a de uma pirra ou do grego Pyros, trigo, pela forma adotada pelo acúmulo de grãos deste cereal.

Pirexia – do grego Pyressein, ter febre.

Piriforme – do latim Pirum, pera e Forma, forma.

Pisiforme – do latim Pisum, ervilha e Formis, em forma de.

Pituitária – do latim Pituita, secreção mucosa, catarro, goma, resina. No tempo de Galeno julgava-se que a secreção nasal provinha do encéfalo, da hipófise e daí o nome de pituitária que foi dado a essa importantíssima glândula. Foi só no século XVII que se passou a verificar que a secreção mucosa vem do nariz e não da pituitária.

Placebo – É o futuro do indicativo do verbo latino Placere, agradar. A tradução literal seria "agradarei". Dava-se esse nome a certas prescrições que o médico fazia "para agradar o doente", substâncias de pouca ou nenhuma ação terapêutica. Hoje a significação corrente é a de “substância sem ação terapêutica que se ministra para fins de observação”.

Placenta – do latim Placenta, bolo, devido á forma com bolos antigos.

Plano – do latim Planus, plano, liso, chato.

Planta – do latim, Planta, sola do pé e do grego Platus ou do latim Planus, plano, chato.

Plaqueta – Neologismo, diminutivo de Placa. É sinônimo de Trombócito.

Plasma – do grego Plasma, coisa formada, moldada.

Platisma – do grego Platysma, placa plana e Platus, plano, chato.

Pleura – do grego Pleura, que primitivamente significava "lado do corpo" ou "costela". O termo pleura significava também o lado de um animal. Galeno usava esta palavra tanto para costela como para a membrana que reveste internamente o tórax e está em contato íntimo com as costelas. Por mera metonímia, passou a nomear apenas a membrana mucosa.

Plexiforme – do latim Plexus, trançado, entrelação e Formis, em forma de.

Plexo – do latim Plexus, trança. A palavra provavelmente derivou do grego Plékein, envolver, enredar.

Pneumático – do grego Pneumatykos, relativo ao ar, de Pneuma, sopro, espírito.

Pneumotórax – do grego Pneumon, pulmão e Thorax, tórax. Ar na cavidade torácica.

Podálico – do grego Pous, pé. Relativo ao pé.

Polegar – do latim Polles, polegar. No entanto, a origem da palavra é incerta. Talvez do grego Pollein, ser forte, ou mesmo do latim Polleo, eu tenho poder, força. Na cultura romana, o polegar tinha grande importância por ser o mais forte de todos os dedos da mão. Os imperadores traziam os anéis de sinete neste dedo e o polegar apoiado no dedo indicador significava aprovação, sua extensão para baixo (Pollice verso) significava condenação. Este hábito foi de uso popular durante as lutas nos circos romanos, selando caprichosamente o destino dos gladiadores. O gentio de Polles é Pollicis. A palavra políicia, designando instituição com poder tem a mesma origem do latim Pollere, ter força, ter poder.

Poli – do grego Polys, muitos.

Policístico – do grego Polys, muitos e Kystos, bexiga ou cisto. Doença policística é aquela que apresenta muitos cistos. Cisto tem essa derivação por ter sido comparado pelos antigos a uma bexiga.

Policromatofilia – do grego Polys, muitos; Chroma, cor e Philein, gostar. Que tem afinidade para muitas cores.

Polifagia – do grego Polys, muito; Phagein, comer e Ia, estado.

Polimorfonuclear – do grego Polys, muitos; Morphe, forma e do latim Nucleus, pequena semente. Aplica-se aos leucócitos com núcleos de várias formas ou com vários núcleos (granulócitos).

Polinuclear – do grego Polys, muitos e do latim Nucleus, núcleo ou semente. É uma contração de "polimorfonuclear".

Poliomielite – do grego Polyos, cinzento; Myelos, medula e Ite, inflamação.

Polipo – do grego Polys, muitos e Pous, pés.

Polissacaridio – do grego Polys, muitos e Sakharon, açúcar.

Poliúria – do grego Polys, muitos e Ouron, urina.

Polivalente – do grego Polys, muitos e do latim Valens, valer, poder.

Pólo – do latim Polus, pólo, extremidade do grego Pólos, eixo, vara.

Polpa – do latim Pulpa, carne magra.

Polpa – do latim Pulpa, carne.

Ponte – do latim Pons, ponte.

Ponto – do latim Pontus ou Punctum, ponto e Pungere, picar.

Poplíteo – do latim Poplitis, relativo ao jarrete do latim Poples, Jarrete. A palavra Poples designava a parte posterior do joelho, o jarrete e; também dava nome a uma iguaria de porco muito apreciada pelos romanos (semelhante ao nosso atual presunto).

Poro – do grego Poros, orifício, abertura.

Porta – do latim Porta, portão e Portare, carregar, levar. Hipócrates notou a veia entre o Kólon (intestino) e a Pyle (porta). Rufo de Èfeso chamou-a de “Phlebs Pyle”, traduzida para “veia ad ports hepatis”. Galeno usava o termo para a fissura transversa do fígado que ele achava ser a entrada para o órgão (Porta hepatis). Vesálio deu-lhe o nome atual “vena portae”. De Pyle, temos “Pilite” a inflamação da veia porta.

Portio – Palavra latina, parte ou porção. A "portio vaginalis" é a parte do útero que faz saliência na vagina.

Posterior – do latim Posterior, mais atrás, comparativo de Posterus, mais atrás.

Póstero – do latim Posterus, atrás.

Postrema – feminino do latim Postremus, superlativo de posterus, atrás.

Potássio – do inglês Pot ash, isto é, as cinzas (ash) que ficavam no recipiente (pot). A palavra foi mais tarde latinizada para "potassium".

Precipitado – do latim Precipitare, atirar-se para baixo.

Pré-clinico – do latim Pre, antes e do grego Kline, leito. Diz-se das matérias que se estudam antes de tomar contacto com o doente, isto é, as ciências básicas da medicina.

Precórdio – do latim Pre, antes e Cor, coração.

Prega – do latim Plica, prega, ruga e Plicare, franzir,dobrar em franjas. A palavra Plica é obviamente uma abreviatura de Plicatura. Esta forma abreviada parece ter surgido em meados do século XII, em alguns escritos anatômicos traduzidos dos manuscritos árabes.

Prematuro – do latim Pre, antes e Maturus, maduro.

Pré-menstrual – do latim Pre, antes e Menstruus, relativo à menstruação.

Pré-molar – do latim Prae, antes, à frente e Molaris, relativo a mó.

Pré-natal – do latim Pre, antes e Natus, nascimento.

Prenhez – do latim Pre, antes e Gnasci, nascer.

Prepúcio – do latim Pre, antes e Putum, palavra arcaica que significava pênis.

Preventivo – do latim Pre, antes e Venire, a chegar. Preventivo de uma coisa é, portanto, o que evita a chegada dessa coisa.

Prévia – do latim Praevius, que vai antes. Placenta prévia é a placenta que se coloca antes do

feto e impede a saída normal deste.

Priapismo – do grego Priapus, o deus da procriação e cujas estátuas representam geralmente o órgão masculino.

Primipara – do latim Primus, primeiro e Parere, parir, dar à luz.

Prócero – do latim Procerus, elevado, alto, importante.

Processo – do latim Processus, projeção, derivado de Pro, para frente e Cedere, ir. Aplica-se este termo aos tecidos ou órgãos que se projetam.

Proctologia – do grego Proktos, ânus e Logos, estudo.

Proeminência – do latim Proeminentia, projeção à frente e Proe, antes, à frente e Minere, projetar. A proeminência laríngea da cartilagem tireóide da laringe, mais saliente no sexo masculino era conhecida como pomo de Adão. A expressão deriva da idéia de que um pedaço do fruto proibido teria parado na garganta de Adão, lembrando-o sempre, e a seus descendentes, do pecado. Para alguns, a expressão deriva da não tradução da palavra árabe Adam, que significa homem. Assim, nos textos árabes traduzidos, a expressão “saliência no homem” ficou “saliência de Adam” e daí talvez, por homofonia, a extrapolação para o personagem bíblico.

Profilaxia – do grego Pro, antes e Phylaxis, guarda, proteção. Proteção adiantada ou antecipada.

Profundo – do latim Profundus, profundo, no fundo, subterrâneo.

Prognóstico – do grego Pro, antes e Gnosis, conhecimento.

Projeção – do latim Projections, lançamaneto à frente e Prae, ante, à frente e Jactare, lançar.

Prolapso – do latim Prolapsus, cair para frente.

Pronador – o latim Pronare, virar para baixo, e Actor, agente. Vesálio usou os termos “Pronum” e “Supinum” para a ação dos músculos radiais, que viram a mão superior e inferiormente, assim, temos: “musculus radium in pronum (ou supinum) ducens”.

Propedêutica – do grego Pro, antes e Paidein, ensinar. É a introdução ao ensino de determinada matéria.

Próprio – do latim Proprius, próprio, particular.

Prosencéfalo – do grego Pro, antes, à frente e Enkephalos, encéfalo, cérebro.

Próstata – do grego Pros, antes e Sta, parar. No grego antigo a palavra significava "um guarda que permanecia na frente". A próstata seria comparada a um guarda estacionado antes da bexiga.

Proteína – do grego Protos, primeiro, primitivo.

Protetor – do latim Protegere, abrigar, cobrir e actor, agente.

Protoplasma – do grego Protos, primeiro e Plasma, coisa formada.

Protozoário – do grego Protos, primeiro e Zoon, animal.

Protrombina – do grego Pro, antes e Thrombos, coágulo.

Protuberância – do latim Proe, antes, à frente e Tuberis, tumoração.

Proximal – do latim Proximus, que está mais perto.

Prurigo – do latim Prurire, coçar.

Pseudo – do grego Pseudos, falso.

Pseudópodo – do grego Pseudos, falso e Pous, pé.

Psoas – do grego Psoa ou Psoai, lombo. Galeno usva o termo grego Psoa também para os músculos da região lombar e Jean Riolan transcreveu a palavra para o latim Psoas. Foi o primeiro a descrever o psoas menor.

Psoriase – do grego Psoras, prurido e lase, doença. Embora na psoríase o prurido não seja sintoma dominante, este nome foi dado devido à confusão que então reinava sobre as doenças da pele.

Pterígio - Diminutivo da palavra grega Pteryx, asa.

Pterigóide – do grego Pteryx, asa e Oidés, semelhante a. Galeno aplicou o termo “Pterigoeides apóphysis” para os processos inferiores do osso esfenóide. Vesálio, embora os chamasse “Vespertilionum alarum”, reintroduziu o termo Pterigoides. Os músculos Pterigóides foram descritos e nomeados por Jean Riolan.

Ptialina – do grego Ptyalon, saliva.

Ptose – do grego Ptosis, queda.

Puberdade – do latim Pubertas, amadurecimento.

Púbico – do latim Pubicus, relativo ao púbis.

Púbis – do latim Pubes, púbere, adulto.

Pudendo – do latim Pudendum, envergonhar-se de. Empregado com referência aos órgãos genitais externos.

Puerpério – do latim Puer, criança e Parere, dar à luz.

Pulmão – do latim Pulmo, pulmão, bofe. Possivelmente o termo derivou do grego Pleumon, variante do grego Pneumon, pulmão.

Pulmo – do latim Pulmo, pulmão.

Pulpar – do latim Pulparis, relativo à carne macia. O mesmo que pulposo.

Pulso – do latim Pulsus, batimento ou choque.

Pulvinar – do latim Pulvinar ou Pulvinus, tarvesseiro, almofada. A palavra também era escrita Polvinar ou Polvinus e provavelmente derivou do latim Pulvinulus (um pequeno banco de areia ou elevalção de terra) derivada de Pulvis (pó, poeira). Designava também a porção mais elevada (cabeceira) do leito (Thalamus).

Pupila – do latim Pupilla, diminutivo de Pupa, menina. Consta que foi dado tal nome a essa parte do globo ocular porque os objetos do exterior ali se refletem em tamanho muito pequeno.

Pus – do latim Pus. A raiz grega é Pyos.

Putame – do latim Putamen, casca de noz, carapaça de tartaruga.

Q.S. – Abreviatura das palavras latinas "Quantum Sufficit", quanto basta. Usada nas receitas médicas.

Quarentena – do italiano Quatarantina, quarenta. Antigamente, o isolamento em caso de suspeita de doença contagiosa era de 40 dias.

Quadrado – do latim Quadratus, quadrado, que tem quatro lados.

Quadríceps – do latim Quadri, quadro, e Caput, cabeça

Quadril – do latim Quadrus, esquadro, quadrado, equilibrado.

Quelóide – do grego Kele, tumor ou tumefação e Oidé, semelhante.

Quiasma – do grego Chiasma, duas linhas cruzadas. O nome da letra grega Chi maiúscula é X. O verbo grego Chiazein significava marcar um erro, mostrar um engano porque era costume os gregos antigos marcarem os erros à margem de um manuscrito com este sinal.

Quilo – do grego, Chylos, suco, secreção. Aplica-se especialmente aos sucos produzidos pela digestão. Em grego, as palavras Chylós (quilo) e Chymós (quimo) eram quase idênticas, a primeira tendo o significado de uma secreção ou suco preparado, produzido; e a segunda, uma secreção, em estado natural. Galeno acreditava que o alimento digerido era absorvido nos intestinos e transportado ao fígado, através da veia porta, como Chylós, isto é, uma secreção já elaborada.

Quimo – do grego Chymos, suco.

Rabdomioma – do grego Rhabdos, tira ou estria; Myo, músculo e Oma, tumor. Tumor de músculo estriado.

Radiação – do latim Radiatio, irradiação, fluxo de raios.

Radiado – do latim Radiatus, irradiado, disposto em forma de raios.

Radial – do latim Radialis, realtivo ao osso rádio.

Radical – do latim Radix, raiz.

Radícula – do latim Radicula, diminutivo de Radix, raiz.

Radicular – do latim Radicularis, realtivo a radicula.

Rádio – do latim Radius, raio de uma roda. Pela sua forma, o osso foi comparado aos raios de uma roda e o termo parece ter sido introduzido por Celso. O elemento químico descoberto pelo Casal Curie, em 1898, recebeu este nome pela sua característica de emitir raios ou irradiar.

Radiografia – do latim Radius, raio e do grego Skopeo, examino.

Rafe – do grego Raphé, costura, sutura.

Rânula – do latim Rana, rã, com o diminutivo Ula. Foi dado esse nome ao cisto da glândula sublingual devido à voz grossa e áspera, "voz de rã", que apresentam os pacientes de tal afecção.

Raio – do latim Radius, raio de roda, estaca.

Raiz – do latim Radix, raiz

Ramo – do latim Ramus, ramo.

Rampa – do latim Scala, degraus, escada e Scandere, subir, trepar. Na nomina anatômica a palavra original é “Scala e foi traduzida para rampa. Na orelha média não há, realmente degraus ou escada (o que mostra a impropriedade do termo). Talvez a palavra sugira, por extensão, a idéia clara de subida das rampas, pois estas se encontram no ápice da cóclea (helicotrema), após ascender desde sua base, embora alguns aleguem que a semelhança adviria da escada circular, em caracol. A palavra rampa, em português, deriva do antigo termo árabe Rimpfam, garra, gancho, unha, que passou a significar subida ou ladeira porque escalar um terreno elevado era necessário agarra-se com ganchos ou unhas. O termo rampante com este significado permaneceu em botânica e animais trepadores.

Recesso – do latim Recesus, recuado, afastado.

Recorrente – do latim Recurrens, retornado e Recurrere, voltar, retornar.

Rede – do latim Rete, rede.

Redondo – do latim Teres, tubo redondo, cilindro. Os músculos redondo maior e menor foram assim denominados por William Cowper, embora não tenham realmente este formato, nem externamente nem em secção.

Reflexo – do latim Reflexus, voltado sobre si e Reflectere, voltar-se.

Refluxo – do latim Re, atrás e Fluere, fluir. Refluxo é, pois, fluir para trás.

Regeneração – do latim Re, outra vez e Generare, produzir.

Região – do latim Regio, região, local.

Rego (Rivus) – do latim Rivus, regato, ribeiro.

Remédio – do latim Res, coisa e Medeor, que cura.

Renal – do latim Renalis, relativo aos rins, e Ren, rins.

Respiratório – do latim Respiratorius, relativo à respiração, que respira.

Restiforme – do latim Restis, corda, cabo e Formis, em forma de. O corpo restiforme, conhecido também como pedúnculo cerebelar inferior, foi descrito em detalhes e nomeado por Ridley em 1695.

Respiração – do latim Re, outra vez e Spirare, respirar. Abrange os dois atos: a inspiração e a expiração.

Ressecção – do latim Resecare, cortar fora.

Retal – do latim Rectalis, relativo ao reto.

Reticular – do latim Reticularis, relativo à rede.

Retículo – do latim Reticulum, diminutivo de Rete, rede.

Reticulóclto – do latim Reticulurn, diminutivo de Rete, rede e do grego Kytos, célula.

Retina – do latim Retina, provido de fina rede. Herófilo foi o primeiro a descrever a retina. Galeno em suas dissecções de animais inferiores chamava a retina de Amphiblestron, palavra que em grego tinha dois significados: uma membrana envolvente ou fina rede para cobrir o pescado e é óbvio que Galeno usou-a no primeiro sentido. Gerard de Cremona, ao traduzir as obras de Avicena, adaptou o termo árabe Reschet (equivalente ao primeiro sentido da palavra Amphiblestron) no segundo sentido e inventou a palavra retina. Vesalio entendeu o sentido da palavra e assinalava o engano, chamando a retina de “involucrum corporis vitrei”. Alguns etimologistas alegam que a palavra latina seria a transcrição literal do grego de Retine, resina, por causa da consistência do humor vítreo e, por extensão, da membrana que o contém.

Retináculo – do latim Retinaculum, amarra, correia, e Retinere, reter, segurar.

Reto – do latim Rectus, reto, direto. O segmento terminal do intestino grosso, na espécie humana, não é reto em nenhum sentido, mas o termo foi introduzido por Galeno após dissecar mamíferos inferiores. É interessante notar que nem sempre o reto foi considerado a última parte do intestino, mas antigamente era a primeira porque possibilitava o acesso direto ao intestino (para clitóris, por exemplo). Assim Hipócrates e Mondino de Luzzi nomeavam o duodeno como a última porção dos intestinos e chamavam o reto de Archos, o início. Esta visão persistiu na posição das pregas transversais do reto (a primeira é a inferior e a terceira, a superior). O termo ainda nomeia uma pretensa característica morfológica de alguns músculos estriados esqueléticos.

Reunião – do latim Re, de novo e Uniens, juntado, atado.

Rh (FATOR) - Rh é a abreviação de "rhesus". Foi no macaco rhesus que pela primeira vez se encontrou este fator.

Rim – do latim Ren, rim.

Rima – do latim Rima, fenda, rachadura e Rimor, fender, sulcar. Também existem as hipóteses da derivação de Ringere, arreganhar os dentes, afastando os lábios ou mesmo do grego Rigma, fratura, quebra. Tecnicamente o termo aplica-se unicamente ao intervalo entre margens opostas (Ex. Lábios, pregas, pálpebras etc) e não as paredes propriamente ditas.

Rinal – do grego Rhinio, relativo ao nariz, ao olfato.

Rinencéfalo – do grego Rhinion, relativo ao nariz, ao olfato e Enkephalos, encéfalo, cérebro.

Rinite – do grego Rhis, nariz e Ite, inflamação.

Risório – do latim Risorius, que faz sorri, e Risus, sorriso.

Rombencéfalo – do grego Rhombos, obtudo, rombudo e Enkephalos, encéfalo, cérebro.

Rombóide – do grego Rhombos, obtuso, rombudo e Oidés, forma de.

Rostro – do latim Rostrum, bico de ave, esporão de anvio, objeto pontudo. Por causa da ação do bico das aves alguns etimologistas associam Rostrum a Rodere, roer. O termo também era a forma arcaica de “Rosto”. Os Rostra eram tribunas fixas para os oradores na praça pública (Forum), ornadas frontalmente com esporões dos navios tomados aos Volscos por Âncio durante a guerra de 350 a.C. Em seu sentido anatômico, como sinônimo de projeção anterior, a palavra deriva deste estrado. Ao termino da 1ª guerra púnica, erigiu-se em Roma, como monumento votivo a “Columna Rostralis”, guarnecida dos esporões dos navios tomados ao inimigo, por ocasião da vitória de Duílio.

Rotador – do latim Rotare, rodar, dar voltas e Actor, agente.

Rubéola – diminutivo do latim Ruber, vermelho.

Rubor – do latim Rubor, vermelhidão.

Rubro – do latim Ruber, vermelho.

Ruga – do latim Ruga, ruga, prega, dobra.

Sacarose – do grego Sakcharon, açúcar.

Sacciforme – do latim Saccus, saco, odre e Formis, em forma de.

Saco – do latim Saccus, saco, odre. Os antigos romanos chamavam Saccus ao pequeno recipiente de couro usado para guardar vinho ou para um pequeno saco com ervas usado colado ao corpo, com fins medicinais.

Sacro – do latim Sacrum, sagrado, intocável, não profano. Os gregos e Galeno chamavam este osso de “ieron osteon” (osso grande), mas a palavra ieron tinha também o significado de “ilustre, importante, poderoso, glorioso”. Por este último sentido, a expressão foi traduzida para o latim com “os sacrum”. A partir desta confusão, diversas hipóteses foram aventadas para explicar a denominação deste osso. Para uns, guardaria as vísceras que seriam oferecidas como “iguaria especial nos sacrifícios”, para outros porque seria o maior segmento da coluna vertebral; seria considerado como uma das bases da ressurreição, por causa de sua resistência à deterioração ou porque abrigava os “sagrados” órgãos da reprodução. A palavra “sacrifício” é composta do latim Sacrum (sagrado) e Officium (trabalho).

Sáculo – do latim Sacculus, diminutivo de Saccus, saco, odre.

Safena – origem duvidosa pode ter vindo do grego Saphena, visível, claro, ou também do árabe Al-safin, secreto, escondido. O termo pode ter derivado da visibilidade óbvia das veias da perna, manifestada comumente pelas varizes. Mas esta palavra grega não tinha aplicação em anatomia e nem à veia em questão. A palavra “al-safin” (escondido, secreto) aparece nos textos de Avicena nomeando as veias do membro inferior e possivelmente os tradutores usaram, por homofonia, a palavra grega inadequada. Como a medicina árabe utilizasse costumeiramente as sangrias, as veias superficiais foram detalhadamente estudadas e o termo deve ter surgido por comparação com o trajeto das veias do membro superior, que são visíveis por toda sua extensão, ao contrário do que ocorre com as veias safenas (magna e parva), visíveis apenas parcialmente e, portanto, impróprias para aquele procedimento, por estarem escondidas ou ocultas.

Sagital – do latim Sagitta, seta, dardo. Dai significar: 1º - em forma de seta. 2º - reta, em direção ântero-posterior. Parece que a idéia de comparar esta sutura com um dardo vem da sua descrição nos trabalhos de Ibn Jami. O termo “sagital” foi introduzido por Henle e dado à sutura interparietal por causa de sua forma, semelhante a uma seta.

Saliva – do latim Saliva, suco da boca.

Salpinge – do grego Salpinx, trompa.

Salpingectomia – do grego Salpinx, trompa ou tuba e Ektome, excisão.

Salpingite – do grego Salpinx, trompa e Ite, inflamação.

Sangue – do latim Sanguis, sangue.

Sarcolema – do grego Sarx, carne e Lemma, folha.

Sartório – do latim Sartor, alfaiate. O músculo recebeu este nome por causa de sua ação flexora e adutora da perna e, ao mesmo tempo, rotadora lateral, fazendo com que uma perna cruze sobre a outra, na típica posição de costura adotada pelos alfaiates romanos.

Sebácea – do latim Sebaceus, gorduroso e Sebum, sebo, untado.

Seborréia – do latim Sebum, sebo e do grego Rhoia, fluxo.

Secção – do latim Sectio, corte, separação, divisão.

Secundário – do latim Secundarius, não essencial, em segundo lugar.

Segmento – do latim Segmentum, parte, pedaço, fatia.

Segundo – do latim Secundus, segundo, depois do primeiro.

Seio – do latim Sinus, bolso, vaso, vela de barco, arco, espaço oco. Como se pode observar a palavra Sinus em latim, tinha diversas conotações diferentes, todas elas com o sentido “oco, escavado” ou “encurvado e saliente”. Designava uma dobra de tecido no vestido das mulheres para carregar e amamentar os filhos (mas não designava as mamas). É possível que esta confusão entre o local e órgão tenha gerado o sentido popular. Em anatomia, o termo é aplicado, propriamente no sentido de bolso, a cavidades e recessos com uma só entrada, como os seios paranasais e os seios das válvulas aórtica e pulmonar. No sentido de canal (como nos seios da dura-máter, no seio do tarso ou nos do pericário), o termo está incorreto.

Sela – do latim Sella, cadeira, e Sedere, sentar. A palavra provavelmente originou-se por aliteração do latim Sedella (assento), móvel simples e rústico, sem apoio para a cabeça ou o dorso, feito de tiras de couro trançadas sobre uma armação de madeira. Os gregos e romanos não tinham selas de couro e, portanto, a palavra significava, originalmente, apenas um local para sentar. As selas de couro e os estribos somente foram introduzidos no Ocidente no século IV, pelos otomanos. Em anatomia, a sela turca (usada originalmente pela cavalaria do exército otomano) designa o reposteiro ósseo para a glândula hipófise.

Selar – do latim Sellaris, relativo ao assento, à cadeira.

Sêmen – do latim Semen, semente.

Semicanal – do latim Semi, metade, meio, e Canalis, canal, fosso, tubo.

Semicircular – do latim Semi, metade, meio e Circularis, relativo ao círculo.

Semilunar – do latim Semi, metade, meio e Lunaris, lunar, relativo à lua.

Semimembranáceo – do latim Semi, metade, meio e Membranosus, membranoso.

Seminífero – do latim Semen, semente e Ferre, carregar, levar, transportar.

Semiologia – do grego Semeion, sinal e Logos, estudo.

Semipenado – do latim Semi, metade, meio e Pennatus, penado.

Semitendíneo – do latim Semi, metade, meio e Tendinosus, tendinoso.

Senescência – do latim Senescere, envelhecer.

Senil – do latim Senilis, relativo a envelhecimento prematuro ou mórbido.

Sensitivo – do latim Sensitivus, sensível, emotivo, impressionável.

Sensorial – do latim Sensorialis, relativo aos sentidos, à sensibilidade. O termo deriva do latim tardio (medieval) “Sensorium”, significando local das sensações, cunhado por Boécio.

Sentido – do latim Sensus, sentido e Sentire, sentir.

Septo – do latim Septum, cerca de madeira, tapume, e Sepire, cercar. Originalmente a palavra era Saeptum (cercado) e Saepire (cercar com sebe). Na antiga Roma, o Saepta (plural, Septorum) era um recinto cercado onde os cidadãos eram encerrados por centúrioes e de onde saiam para votar, um de cada vez. Passou por extensão, em anatomia, a designar uma parede divisória.

Septomarginal – do latim Septum, cerca de madeira, tapume e Marginalis, relativo à margem.

Septicemia – do grego Sepsis, putrefação; Haima, sangue e Ia, estado.

Serosa – origem incerta. Talvez do latim Serosus, ligado, atado, ou uma corrupção do latim Serum, soro, parte aquosa do leite. Serosus poderia derivar do latim Serere (ligar, atar), significando também o agente da ação; ou de Serum (soro lacteo) e esta, provavelmente do latim Serus (tardio), porque era a porção restante do leite no processo de fabricação do queijo ou manteiga. Esta última associação seria devida à característica do líquido secretado pela membrana, semelhante ao soro, passando o nome a designar ambos (membrana e secreção).

Serrátil – do latim Serratus, serreado e Serrare, serrar. O mesmo que serreada. Os músculos serráteis receberam este nome por causa de sua origem múltipla, com aspecto denteado, como uma serra.

Sesamóide – do grego Sesamen, gergelim e Oidé, forma de. Por causa da semelhança entre estes pequenos ossos e as sementes do gergelim.

Sialorréia – do grego Sialon, saliva e Rhoia, fluxo.

Siderose – do grego Sideros, ferro e Ose, estado.

Sifilis – Talvez do grego Sus, porco e Philos, amar. Esta palavra apareceu pela primeira vez na literatura médica em 1530.

Sigmóide – do grego Sigma (a letra grega S) e Eidos, semelhante. Antigamente a letra S maiúscula lembrava a nossa letra C. O termo era originalmente aplicado a várias estruturas encurvadas, sendo comum nas obras de Oribásio e Galeno. Nomeia a parte final dos colos e um dos seios da dura-máter, por causa de suas formas.

Simpático – do grego Sympathetikos, simpático e Syn, junto com e Pathos, afeição, ânimo. Galeno admitia que o tronco simpático era, apenas uma parte do nervo vago, devido provavelmente às comunicações deste como os primeiros gânglios cervicais. Vesalio embora tenha-lhe reconhecido a natureza diversa, continuou achando-o dependente daquele nervo. Thomas Willis foi o primeiro anatomista a perceber a real essência do tronco simpático, atribuindo-lhe este nome por causa de suas comunicações com quase todos os nervos do corpo. Durante séculos, a parte simpática do sistema nervoso autônomo recebeu também os nomes de Nervus Magnus Harmonicus e Nervus Consensualis Magnus.

Sinapse – do grego Syn, junto e Haptein, tocar. Esta palavra foi criada para significar o ponto de contato dos neurônios.

Sincondrose – do grego Syn, junto, com e Chondros, cartilagem.

Sindesmose – do grego Syn, junto e Desmos, ligamento. Sindesmose é uma sínfise fibrosa.

Síndrome – do grego Syndromos, correr junto.

Sinéquia – do grego Synechia, continuidade. Significa “aderência”.

Sínfise – do grego Synphisis, crescer junto.

Sinóvia – do grego Syn, com e do latim Ovum, ovo. A sinóvia tem aparência de clara de ovo. O termo foi introduzido por Paracelso, provavelmente pela semelhança de cor e consistência do liquido articular com a clara do ovo. Mas ele usava a palavra sinovia também para designar qualquer fluído corporal claro (liquido pleural, peritoneal e cérebro-espinhal).

Síntese – do grego Syn, junto e Tithenai, colocar.

Sinusite – do latim Sinus, seio ou cavidade e do grego Ite, inflamação.

Sinusólde – do latim Sinus, seio ou cavidade e do grego Eidos, semelhante.

Sistema – do grego Systema, conjunto e Syn, junto, com e Istemain, estar, ficar.

Sístole – do grego Syn, junto e Stellein, apertar.

Sódio – Eis uma palavra cuja origem permanece desconhecida.

Sodomia – do nome da cidade de Sodoma, na antiga Palestina, onde predominavam os vícios sexuais. Sodomia é o coito anal entre homens. Com crianças denomina-se "pederastia".

Sóleo – do latim Solea, sola de sandália, sôlha (peixe achatado). Seu nome provém da forma semelhante à solha, um peixe de corpo achatado (Pleuronectus solea).

Solitário – do latim Solitarius, isolado, separado, solitário.

Soma – do grego Soma, corpo.

Somático – do grego Somatykos, somático, relativo ao corpo. Os médicos gregos tinham sua doutrina apoiada na divisão do corpo humano, filosoficamente, em três partes: Soma, Phrén e Psyché (corpo, mente e alma). Usavam a palavra Somatykos (do corpo) em oposição à Phrenykos (da mente) mas não à Psychikos. A Psyché não era considerada como geradora de doenças, na Medicina grega.

Sonâmbulo – do latim Somnus, sono e Ambulare, andar.

Subclávio – do latim Sub, abaixo,sob e Clavius (Clavicularis), relativo à clavícula.

Submandibular – do latim Sub, abaixo, sob, Mandibula, queixo.

Substância – do latim Substantia, material, essência, substância e Sustare, existir.

Sulco – do latim Sulcus, fenda, greta.

Supercílio – do latim Super, acima, sobre e Cilium, cílio, pestana.

Superficial – do latim Superficialis, na superfície, e Superfícies, a face superior. A palavra Superfície é composta de Super, acima, sobre e Ficies, corrupção de Facies, face, lado de uma coisa ou objeto, portanto “o que está em cima, à vista”.

Superior – do latim Superior, comparativo de Superus, em cima, sobre.

Supinador – do latim Supinare, deitar de costas e Actor, agente. Vesálio usou os termos “Pronum” e “Supinum” para a ação dos músculos radiais que viram a mão superior e inferiormente. Assim temos: Musculus radium in pronum (ou supinum) ducens”.

Supra-renal – do latim Supra, acima, sobre e Renalis, relativo aos rins. Termo alternativo para designar a glândula adrenal.

Suprema – do latim Supremus (forma feminina), superlativo de Superus, em cima, sobre.

Sura – do latim Sura, parte posterior da perna. O mesmo que panturrilha. Geralmente usado par designar a parte posterior (abaulada) da perna.

Suspensor – do latim Suspendere, suspender, levantar, pendurar e Actor, agente.

Sustentáculo – do latim Sustentaculum, apoio, suporte.

Suor – do latim Suor.

Supuração – do latim Suppurare, formar pus.

Sutura – do latim Sutura, costura, alinhavado. A palavra Sutura, para as articulações fibrosas dos ossos do crânio, parece ter sido introduzida por Galeno ou Celso, como tradução do termo equivalente do grego Raphén.

Táctil – do latim Tactilis, tangível, perceptível ao tacto Tangere, tocar, pegar.

Tálamo – do grego Thalamos, quarto de dormir. Para os gregos, o thalamos era o principal quarto da casa, onde geralmente o casal dormia. Também dava nome ao leito nupcial, a qualquer cômodo interno, a toda uma nova moradia ou a templos.

Talar – do latim Talaris, comprido até o tornozelo e de Talus, tornozelo.

Tálus – do latim Talus, tornozelo, dado de jogar. O mesmo que astrágalo.

Taqui – do grego Tachys, rápido.

Taquicardia – do grego Tachys, rápido e Kardia, coração.

Tarso – do grego Tarsos, cesto para secar queijo, moldura de tear. A palavra Tarso era usada para uma série de estruturas planas e expandidas, como asa de ave, lâmina de serra. Hipócrates usava o termo “Tarsós podós” para a planta do pé. Galeno foi o primeiro a usar o termo para nomear uma parte do esqueleto no pé. Em anatomia, Tarso também é o nome da placa central (achatada) fibrosa da pálpebra.

Tatuagem - Deriva de Tatau, palavra de um idioma polinésio que significa "marca feita na pele".

Teca – do grego Theke, caixa, receptáculo.

Tecido – do latim Texere, vestir.

Tectal – do latim Tectalis, relativo ao teto, à cobertura. O mesmo que teto.

Tecto – do latim Tectum, teto, cobertura e Tegere, proteger, cobrir. O mesmo que teto.

Tectória – do latim Tectória, que serve de teto, de cobertura.

Tegumento – do latim Tegumen, coberta, revestimento.

Tela – do latim Tela, teia, trama. O termo tela deriva do latim Texere, tecer, entrelaçar, provavelmente pela costumeira elipse do X no meio das palavras latinas (como em maxila – mala e axila – ala) e designava tanto o tear (engenho) como o produto dele retirado (tecido).

Telencéfalo – do grego Telos, fim, extremidade e Enkephalos, encéfalo, cérebro.

Temporal – do latim Temporalis, relativo ao tempo e Tempus, tempo. O termo temporal foi usado para a região (e o osso) porque no homem adulto as marcas da idade (tempo) manifestam-se primeiramente nesta região, encanecendo (branqueando) os cabelos.

Tenar – do grego Thenar, palma da mão e Thenein, espancar, agredir. Na maioria dos escritos clássicos gregos, a palavra Thenar significava a parte central da palma da mão. Rufo de Éfeso restringiu a palavra à região elevada da palma, junto ao dedo polegar e denominou de Hypothenar

a região semelhante junto aos dedos.

Tenca (Focinho de) - Este nome dado a uma parte do útero deriva da Tenca, tainha da água doce, talvez pela semelhança de forma.

Tenda – do latim Tentum, tenda, pavilhão, barraca. O mesmo que tentório.

Tendão – do latim Tendo, de Tendere, estender. A raiz grega é Ténon (esticado, tenso) e dela provieram os derivados em Teno: tenotomia, tenossinovite, etc.

Tendíneo – do latim Tendineus, estendido, e Tendere, estender.

Tênia – do latim Taenia, faixa estreita e comprida, fita.

Tensa – do latim, Tensa, feminino de Tensus, estendido, esticado.

Tensor – do latim Tendere, estender, esticar, e Actor, agente.

Tentório – do latim Tentorium, tenda, pavilhão, barraca. O mesmo que tenda.

Terapêutica – do grego Therapeutikos, que serve, que cuida. Na antiga Grécia, therapeuta era o titulo do escravo encarregado do serviço de enfermagem.

Teratologia – do grego Teras, monstro e Logos, estudo.

Teratoma – do grego Teras, monstro e Oma, tumor.

Terminação – do latim Terminatio, delimitação, fixação de limites.

Terminal – do latim Terminalis, relativo ao fim, à extremidade.

Termo – do latim Terminus, fim limite.

Termômetro – do grego Therme, calor e Metron, medida. O termômetro foi introduzido em medicina no século XVI.

Testículo – Diminutivo do latim Testis, que tinha a significação de "Pote de pequeno tamanho". A palavra Testis era empregada na acepção de "testemunha". Entre senhores e servos, existia o hábito de fazer juramento ou testemunhos de fé segurando os testículos, sendo que este costume existiu entre os indus, egípcios e hebreus. Na antiga Roma, a lei exigia que, na Júris, o indivíduo mostrasse seus testículos. O testículo testemunha também a existência da virilidade Herófilo acreditava que os filhos varões viriam do testículo direito, geralmente maior, mais pesado, mais baixo e, segundo sua crença mais vascularizado. Galeno também acreditava nesta teoria e propunha, curiosamente, algumas manobras sexuais para garantir o sexo do futuro descendente, pois para os povos antigos o sexo do recém-nascido dependia de quem, no casal, alcançava primeiro o orgasmo. Provavelmente o termo popular brasileiro “puxa saco”, no sentido de adulador ou submisso, venha deste antigo costume.

Tetal – do latim Tectalis, relativo ao teto, à cobertura. O mesmo que teto.

Tétano – do grego Tetanos, espasmo muscular.

Teto – do latim Tectum, teto, cobertura e Tegere, proteger, cobrir. O mesmo que teto

Tíbia – do latim Tibia, flauta. Em latim, a palavra Tibia dava nome a qualquer instrumento musical de sopro, longo e tubular, com orifício em um dos lados. Estas flautas eram comumente feitas de madeira de lei ou de metal mas, primitivamente, foram manufaturadas a partir dos ossos da perna de animais, especialmente das aves.

Timo – do grego Thymon, folha de erva chamada de tomilho. Alguns acham que provém de outra palavra grega, Thymós, alma, sensibilidade, força vital, porque o timo é situado perto do coração e era considerado seda da alma. O tomilho é uma erva odorífera (Thymus vulgaris) utilizada pelos povos antigos em rituais mágicos ou sagrados, nos quais eram queimadas as vísceras dos animais domésticos. Nessas ocasiões, talvez, foi assinada a semelhança de forma do órgão com as folhas da planta.

Timpanectomia – do grego Tympanon, tambor e Ektome, excisão.

Tímpano – do grego Tympanon, membrana ou tambor.

Tireóide – do grego Thyreós, escudo e Eidos (oidés), semelhante. Entre os povos egeus, nos primórdios da civilização grega, o Thyreós era uma grande pedra achatada colocada contra uma porta, para mante-la fechada. Mais tarde a palavra foi aplicada a um escudo usado pelos habitantes da ilha de Minos, feito de lâminas de madeira prensadas, amarradas com cipós e completado, nas bordas, com placas de metal (uma forma muito semelhante a uma porta, que em grego arcaico chamava-se Thyra). Esse escudo, ao contrário da maioria dos escudos gregos, cobria o corpo até os pés e tinha duas chanfraduras ou entalhes, superior e inferiormente, para encaixar o queixo e o joelho respectivamente. A cartilagem tireóide recebeu este nome por sua posição em relação à laringe (parece um escudo protetor). Já a glândula tireóide recebeu este nome de Galeno, em virtude da semelhança de forma com aquele escudo primitivo ou por sua relação com a cartilagem.

Tomografia – do grego Tomos, pedaço e Graphein, grafar. É a radiografia em camadas, também chamada planigrafia, estratigrafia.

Tônico – do grego Tonos, tom ou tensão. O tônico é o medicamento que se supõe restaure o tônus do organismo.

Tonsila – do latim Tonsilla, amígdala. A palavra, em latim, significava um poste onde amarravam-se carneiros e também um mastro secundário de embarcação. É provavél que no sentido anatômico o termo derive do latim Tondare, tosquiar, raspar, por causa da sensação ao engolir-se com as tonsilas inflamadas do alimentar, raspar a faringe. Cícero já as denominava de Tonsillae.

Tonsilectomia – do latim Tonsilla, amídala e do grego Ektome, excisão.

Tonsilite – do latim Tonsilla, amídala e do grego Ite, inflamação.

Torácico – do grego Thorachykos, relativo ao tórax.

Tórax – do grego Thorax, couraça, parte frontal da armadura. Na Grécia antiga, chamava-se Thorax a parte da armadura ou couraça que protegia em conjunto o peito e o abdome. Hipócrates e Aristóteles usaram o termo para ambas as partes do tronco, simultaneamente. Platão restringiu a palavra à parte superior (peito); Galeno adotou esta denominação e a difundiu.

Torcicolo – do latim Tortus, torcido e Collum, pescoço.

Trabécula – do latim Trabes, trave, com o sufixo diminutivo Cula.

Tracto – do latim Tractus, esticadura, puxão e Trahere, puxar, esticar.

Trágico – do grego Tragykos, relativo à bode, caprino.

Trago – do grego Tragos, bode, cabra. É óbvia a analogia da estrutura cônica pilosa com a barba do bode. O termo foi introduzido por Júlio Pollus. No singular, denomina a saliência e, no plural, dá nome aos pelos.

Transudato – do latim Trans, através e Sudare, suar.

Trapézio – do grego Trapezion, pequena mesa quadrada. Foi Cowper que deu o nome a estes músculos, por causa de sua forma geométrica.

Traquéia – do grego Tracheia, feminino de Trachys, rugoso, irregular, ou de Trachelos, do pescoço. Quando Aristóteles descreveu no cadáver os ductos do corpo humano verificou que havia dois tipos vazios, que acreditou contivessem ar ou outro espírito no seu interior. Aos vasos que possuíam paredes macias denominou de artéria leia, do grego Leion (macio, suave) e às vias mais rugosas de artéria tracheia. Com o tempo, a palavra artéria foi restringida para os vasos sangüíneos permanecendo o termo tracheia apenas para os tubos aéreos.

Traumatismo – do grego Trauma, ferida.

Trépano – do grego Trypanon, furar.

Triangular – do latim Tres (três) e Angulus (ângulo, canto).

Tríceps – do latim Tres, três e Caput, cabeça.

Tricúspide – do latim Tres, três e Cuspis, ponta.

Trigêmeo – do latim Tres, três, e Geminus, gêmeo, duplo. O quinto par de nervos cranianos foi descrito por Gabrielle Falloppio e Johann Meckel e foi chamado nervo trifacial por François.

Chaussier. O nome atual foi dado por Jacob Winslow, por causa de suas três divisões.

Trigono – do latim Trigonum, triângulo.

Tripsina – do grego Tripsis, fricção, esfregação. A primitiva preparação deste fermento era por esfregação ou atrito.

Trismo – do grego Trismos, moer. O doente com trismo, no tétano, dá realmente a impressão de estar moendo algo entre os dentes.

Trocanter – do grego Trochanter, girador, rodador e Trochos, roda. Originalmente, o termo foi aplicado à cabeça do fêmur, por esta girar no acetábulo. Neste sentido, foi usado por Galeno e depois extrapolado às eminências ósseas do osso, provavelmente, porque atuam como alavancas para os músculos que giram o fêmur no movimento de correr.

Trocóide – do grego Trochos, roda e Oidès, semelhante a.

Trófico – do grego Trophe, nutrição.

Trofoblasto – Do grego Trophe, nutrição.

Trombina – do grego Thrombos, coágulo.

Trombocitopenia – do grego Thrombos, coágulo; Kytos, célula e Penia, escassez.

Trombose – do grego Thrombos, coágulo e Ose, doença.

Tronco – do latim Truncus, tronco de árvore ou do corpo humano.

Turbilhão – do francês Tourbillon, turbilhão e do latim Turbo, remoinho, sorvedouro.

Tuba – do latim Tuba, trombeta, corneta. Foi dado este nome ao órgão devido a sua semelhança com uma corneta, utilizada em guerra.

Túber – do latim Tuber, tumor excrescência. O mesmo que tuberosidade.

Tubérculo – do latim Tuberculum, diminutivo de Tuber, tuberosidade, excescência.

Tuberosidade – do latim Tuberositas, tumor, excrescência. O mesmo que túber.

Tubo – do latim Tubus, canal ou tubo.

Túbulo - Diminutivo do latim Tubus, tubo.

Tumefação – do latim Tumere, inchar e Facere, fazer.

Tumor – do latim Tumor, inchação.

Túnica – do latim Tunica, vestimenta, película, camada ou cobertura. A túnica era a principal veste dos gregos e romanos de ambos os sexos, correspondendo em uso à atual camisa ou blusa. Era geralmente tecida com panos largos, macios e claros. Em anatomia, a palavra é usada no sentido de cobertura ou revestimento.

Turca – do latim Turcica, feminio de Turcicus, da Turquia, turco. O termo latino deriva diretamente do grego Turkikos, turco, que provavelmente assimilou o termo persa “Tourk”, vindo do indu-mongol “Turk”, que significa forte, poderoso. Em anatomia foi dado este nome ao local onde se aloja a hipófise por sua semelhança a sela de montaria muito utilizada pelos turcos.

Úlcera – do latim Ocos.

Ulna – do latim Ulna, antebraço, ou talvez do grego Oleai, cotovelo. Em latim a palavra tinha diversos significados que na moderna anatomia são distintos. Assim, para uns era o antebraço enquanto para outros, o braço e para muitos a união dos dois, o cotovelo. Poeticamente, era usada para designar todo o membro superior e era também o nome de uma medida de comprimento (em português,braça), equivalente a cerca de 2 m. Somente passou a designar o osso do antebraço no século XX, em substituição à cúbito.

Umbigo – do latim Umbilicus, umbigo. A raiz grega é Omphalos. A palavra, no latim clássico, era Umbelicus, passando ao latim vulgar como Umbilicus ou Imbilicus. O termo grego correspondente é Omphalos. Na Roma antiga, a palavra umbelicus (ou forma abreviada, umbo) tinha diversos significados: designava a extremidade arredondada do cilindro em torno do qual se enrolavam os livros antigos; uma espécie de concha. Pelos seus vários significados a palavra está impropriamente empregada, pois não tinha o sentido de depressão, como no umbigo da membrana do tímpano ou no umbigo da parede abdominal. O termo parece ter sido introduzido por Aristóteles e usado por Plinio e Celso.

Úmero – do latim Humerus ou Umerum, ombros, espáduas. Outra palavra que certamente derivou diretamente do grego Omos, ombros tem o mesmo sentido.

Unciforme – do latim Uncus, gancho, âncora e Formis, em forma de. O mesmo que uncinado.

Úncus – do latim Uncus, gancho, âncora.

Ungüento – do latim Unguere, ungir, esfregar.

Unha – do latim Unguis, unha da mão ou do pé.

União – do latim Uniens, juntado, atado e Unire, juntar, atar.

Unipenado – do latim Uni, um e Pennatus, penado.

Uréia – do grego Ouron, urina, por ter sido na urina que a uréia foi encontrada.

Uremia – do grego Ouron, urina; Haima, sangue e Ia, estado.

Ureter – do grego Ouretér, de Ouron, urina, Terein, conservar, preservar.

Uretra – do grego Ourethra, que leva a urina, Ourein, urinar. Em tempos remotos, acreditou-se que a uretra, no homem, era um canal dividido em dois por um septo fino longitudinal, em que uma parte transportaria urina e a outra, sêmen. Esta palavra foi inventada por Hipócrates, provavelmente derivada do grego Ouretér e apenas pouco diferente desta, somente para diferenciar os ductos.

Úrico – do grego Urikos, relativo à urina.

Urinário – do latim Urinarius, relativo à urina.

Urogenital – do latim Uro, relativo à urina e Genitalis, que gera.

Urinífero – do latim Urina e Ferre, carregar.

Urologia – do grego Ouron, urina e Logos, estudo.

Urticária – do latim Urtica, urtiga e Ia, estado. Urtiga por sua vez deriva de Urere, queimar.

Útero – do latim Uterus, talvez derivado de Uter, saco feito de pele de cabra. A raiz grega é “hystera”. Poucos órgãos do corpo humano foram aquinhoados com tantos nomes como o útero, quer na linguagem médica, quer na popular. Na medicina grega o útero recebeu três denominações diferentes: métra, hystéra e delphys. Melhor nome não poderia haver do que métra para designar o órgão onde se forma um novo ser. Métra deriva do indo-europeu mater, mãe, fonte e origem da vida. Métra é encontrado em vários autores clássicos da antigüidade, como Heródoto e Platão. Hipócrates também dele se utilizou. Na terminologia médica atual temos diversas palavras formadas com essa raiz grega, tais como metropatia, metrorragia, endométrio, miométrio etc. Hystéra é o termo mais vezes empregado em escritos médicos, sendo encontrado em várias passagens dos livros de Hipócrates e Galeno. Chegou até aos nossos dias em seus inúmeros derivados como histerectomia, histeroscopia, histerômetro, histerossalpingografia etc. Delphys é igualmente encontrado em Hipócrates e Aristóteles como sinônimo de hystéra. Perdurou em zoologia, na ordem dos marsupiais, chamados didelfos em razão de possuírem útero duplo. Como malformação congênita decorrente da falta de fusão dos ductos paramesonéfricos, a mulher pode apresentar útero duplo, denominado útero didélfico ou bicorne. Apesar da pluralidade de nomes que a medicina grega legou aos latinos para nomear tão importante órgão, os romanos criaram mais um, uterus, que predomina na nomenclatura anatômica. A etimologia da palavra uterus é incerta e admite-se uma forma primitiva no indo europeu, udero, com o sentido de ventre, que teria evoluído para udaram, em sânscrito, hystéra, em grego, e uterus em latim. Uma segunda hipótese aventada é que uterus derive de outra palavra latina, uter, que quer dizer odre (recipiente de couro utilizado para guardar água ou vinho). A palavra uterus foi inicialmente utilizada pelos romanos para designar apenas o útero grávido, o qual lembraria um odre cheio de água pela presença do líquido amniótico. Posteriormente, passou a nomear o órgão, independentemente do seu estado.

Utrículo – do latim Utriculus, diminutivo de Uterus, útero. Por causa do fole em forma de odre (Uter) usado nas gaitas de fole do exército romano, o tocador deste instrumento era chamado Utricularius.

Úvea – do latim Uva.

Úvula – do latim Uvula, diminutivo de Uva, uva, racimo, videira. A palavra foi introduzida no século XVII, não sendo conhecida no latim clássico, onde a estrutura era chamada Columella. Celso chamava-a Uva, mas o termo era reservado às inflamações da estrutura. Joseph Hyrtl afirma que este nome foi introduzido por Veslingius, mas o crédito é geralmente atribuído a Guy de Chauliac.

Vacina – do latim Vaccinus, relativo a uma vaca. “Vacina” significa a doença eruptiva de caráter variólico dos bovinos, de cujas vesículas se extrai o líquido para imunizar (vacinar) contra a varíola. Mais tarde a palavra passou a significar também toda substância produtora de antígenos imunizantes.

Vacúolo – diminutivo do latim Vacus, espaço vazio.

Vagina – do latim Vagina, bainha ou vagem. A vagina era, originalmente, um estojo para o Gladius, uma pequena espada romana. Como Gladius era um dos nomes populares, para pênis, a vagina tornou-se, por analogia de encaixe, uma palavra popular para a genitália feminina. Oribásio sustenta que, no século IV, apenas a parte interna do órgão tinha esta denominação, enquanto a parte externa (vulva) era chamada Pudendum. No sentido atual, o termo foi adotado por Realdo Colombo e Gabrielle Falloppio.

Vaginismo – do latim Vagina, bainha, com o sufixo Ismo, estado. A palavra “vaginismo” é empregada no sentido de “coito doloroso”.

Vaginite – do latim Vagina, bainha e do grego Ite, inflamação.

Vago – do latim Vagus, errante, indeciso que vai ter a vários lugares. O termo provavelmente foi formado pelo fato de que ao contrário dos outros nervos cranianos, que apenas suprem a cabeça, o nervo vago espalha-se por todo o corpo, “vagando” por uma série de órgãos. Atualmente o sentido que se tenta dar a esta palavra é de que os ramos do nervo vago estendem-se a longa distância e ramificam-se profusamente, mas não era este o significado da palavra Vagus entre os romanos, que devem tê-lo assim nomeado porque parecia insinuar-se, aqui e ali, entre os órgãos. O nervo foi descrito por Marinus e Galeno já o conhecia. Johann Meckel chamou-o “nervo pneumogástrico” e este nome, traduzido literalmente para o francês por François Chaussier, persistiu até o século passado.

Vagotomia – do latim Vagus, errante e do grego Tome, corte. vagotomia é a operação em que se procede à secção do nervo vago.

Valada – do latim Vallatus, entrincheirado, fortificado e Vallum, paliçada. A forma da papila lembra a de uma fortificação romana, com a paliçada ou trincheira externa separada do edifício principal por um fosso.

Vale – do latim Vallis, vale, fosso.

Valécula – do latim Vallecula, diminutivo de Vallis, vale, fosso.

Valva – do latim Valva, cada uma das folhas de uma porta dupla ou as conchas duplas de um molusco.

Válvula – do latim Valvula, diminutivo de Valva, folha de porta.

Varicocele – do latim Varix, vaso sangüíneo tortuoso e do grego Kele, edema.

Varicose – do latim Varicosus, derivado de Varix, vaso sangüíneo tortuoso, e do grego Ose, estado ou doença.

Variz – do latim Varix, vaso sangüíneo tortuoso.

Vasa vasorum – do latim Vasa, vasos e Vasorum, dos vasos.

Vascular – do latim Vasculum, diminutivo de Vas, vaso.

Vasectomia – do latim Vas, vaso e do grego Ektome, excisão.

Vaso – do latim Vas, vaso, vasilha.

Veia – do latim vena, via, caminho, ou seja, o que leva ao coração. Isidoro de Gerhard Vossius afirma que a palavra vena derivaria de Venire, vir. Porque o sangue viria ao coração através das veias. O termo Grego equivalente era Phlebs.

Venéreo – do latim Venus, a deusa do amor.

Ventral – do latim Ventralis, relativo ao ventre.

Ventre – do latim Venter. Ventre, abdome.

Ventrículo – do latim Ventriculus, diminutivo de Venter. Aplica-se a pequenas cavidades ocas, no coração ou no encéfalo.

Vênula – do latim Venula, diminutivo de Vena, caminho.

Verme – do latim, Vermis, verme minhoca. Galeno deu este nome à estrutura cerebelar, por causa da forma semelhante.

Vermelha – do latim Ruber, vermelho.

Versão – do latim Vertere, girar.

Vértebra – do latim Vertebra, articulação da espinha, originada de Vertere, girar. Celso usava, indiscriminadamente, a palavra para designar as articulações e os ossos da “espinha dorsal” e dividiu as vértebras em cervicais e lombares. Galeno distinguiu-as do sacro e cóccix. Vesálio nomeou as partes da vértebra Corpus, Processus transversus, Spinae, Processus articuli ascendens e descendens. “Spínai” tornou-se Processus spinosus.

Vertical – do latim Verticalis, relativo ao vértice.

Vértice – do latim Vertex, sorvedouro, o ponto mais alto. O mesmo que vórtice.

Vertigem – do latim Vertere, girar.

Vesical – do latim Vesicalis, relativo à bexiga urinária.

Vesícula – do latim Vesica, diminutivo de Vesica, bexiga.

Vesiculite – do latim Vesicula, diminutivo de Vesica, bexiga e do grego Ite, inflamação.

Vestíbulo – do latim Vestibulum, vestíbulo, ante-câmera. Na casa romana, era comum a existência do Vestibulum, um pequeno aposento aberto onde os convidados e os donos da casa despiam a empoeirada toga que era usada sobre a túnica. O termo deriva, portanto do latim Vestis, roupas. Outra etimologia sugerida é Ve, termo arcaico para exterior, fora e Stabulum, casa, significando, portanto, um compartimento separado do corpo principal da casa.

Vestígio – do latim Vestigium, pegada, rastro, pista.

Véu – do latim Velum, véu, reposteiro, cortina. O termo usado para estruturas cerebrais foi introduzido por Raymond Vieussens (véu medular rostral) e Johann Reil (véu medular caudal). A palavra era utilizada para o palato mole e Gabrielle Falloppio usou a expressão “Velum palati” que persiste na atual nomenclatura.

Viável – do francês Viable, apto a viver.

Vibrissa – do latim Vibrissa, vibrante, agitado e Vibrare, agitar, sacudir.

Vilosidade – do latim Villum, pilosidade, aparência pilosa. A projeção das vilosidades intestinais na luz do órgão assemelha-se aos tufos de pelos de um tapete.

Viloso – do latim Villosus, peludo e Villus, tufo de pelos.

Vínculo – do latim Vinculum, laço, liame, grilhão e Vincire, atar, ligar.

Virilismo – do latim Virilis, relativo ao varão ou macho.

Visão – do latim Visio, visão e Videre, ver.

Víscera – do latim Viscera, plural de Viscus, órgão interno.

Visceral – do latim Visceralis, relativo às vísceras e viscus, víscera. convém lembrar que, em latim, as formas singular e plural diferem; assim, viscus (singular) faz viscera (plural). Curiosamente a palavra víscera, singular em português, é a mesma que em latim, é plural.Para alguns etimologistas a palavra viscus significando qualquer órgão do corpo, pode ter derivado de Viscidus, viscoso ou de Viscare, untar. Outros preferem a derivação de vescor, eu me alimento Dude Vescus, comestível.

Vitamina – do latim Vita, vida e Amina, palavra criada para designar certos derivados da amônia. A palavra "vitamina" foi inventada em 1912 por Casimir Funk.

Vítreo – do latim Vitreus, de vidro, transparentee Vitrum, vidro.

Vocal – do latim Vocalis, vocal, sonoro e Vox, voz.

Volar – do latim Volaris, palmar, e Vola, concavidade da palma da mão.

Vômer – do latim Vomer, relha ou Vomere, vomitar. Na Roma antiga, a lâmina do arado (relha) era chamada Vomer, e o nome do osso pode ser associado à sua forma ou porque o movimento da terra sulcada pelo instrumento lembrava o ato de vomitar. Inicialmente tido como parte do etmóide, foi nomeado separadamente por Gabrielle Falloppio e Realdo Colombo, que o chamaram “aratri vomer imitatur” (imitanto a lâmina do arado).

Vórtice – do latim Vortex, sorvedouro, o ponto mais alto. O mesmo que vértice.

Vorticosa – do latim Vorticosa, feminino de Vorticosus, revoluto, revirado para cima.

Vulva – do latim, Vulva, útero, ventre. A palavra Vulva, em latim, possuía uma série de significados: cobertura de inverno (manta), útero de animais (especialmente prenhes), entranhas de porca (iguaria apreciada nos banquetes romanos). Enquanto Vulva significou útero, a vagina era chamada de Collum Vulvae (colo do útero) e os genitais externos, Pudendum ou Pars Pudenda. Quando o termo Uterus substituiu Vulva, esta passou a nomear a genitália feminina externa. O termo pode ter derivado também, por semelhança da forma dos lábios e da folhas, do latim Valva, ou talvez de Volare, desejar, querer, porque uma outra forma, menos usada, de grafar Vulva era Volva, desejada.

Xantina – do grego Xanthos, amarelo.

Xeroftalmia – do grego Xeros, seco e Ophtalmos, olho.

Xerostomia – do grego Xeros, seco e Stoma, boca.

Xifóide – do grego Xiphos, espada e Eidos, semelhante, forma de. A palavra foi introduzida por Aristóteles para um osso em forma de espada encontrado em moluscos. Anteriormente, era conhecido como Xifisternum. Posteriormente, passou a designar esta parte do osso humano.

Zigoto – do grego Zygotos, jungido.

Zigomático – do grego Zygomatikos, unido, ligado e Zygas, par, casal, cópula. O osso foi assim designado por Galeno. Celso usava “Os Jugule”. André Laurentius, em 1595, no seu tratado de anatomia reintroduziu a palavra Zygoma utilizada por Galeno.

Zimogênio – do grego Zyme, fermento e Gennan, produzo.

Zona – do latim Zona, cinto, área circular. Originalmente, designava um cinto largo, colocado sobre os rins, usado pelas mulheres apenas como adorno. Depois passou a nomear um cinto de couro, provido de bolsa, onde os homens guardavam o dinheiro e depois qualquer área circular. Na noite de núpcias, a zona usada pela noiva era oferecida à Diana (deusa da castidade), como oferenda, pela Pronuba (criada).

Zônula – do latim Zonula, diminutivo de Zona, cinto área circular.

Zoster – do grego Zoster, cinto ou cinturão.

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Referências Bibliográficas: 

http://www.simoesadvogados.com

 

 

Veja também:

Dicionário Etimológico

Origem das Palavras

 

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